São Paulo – O grande objetivo de um grupo de pequenos produtores de melão do município de Mossoró, no Rio Grande do Norte, é chegar ao mercado externo até o final de 2008. Juntos na Associação de Desenvolvimento Agroindustrial Potiguar (Adap), desde o ano passado, agora eles buscam a certificação do Comércio Justo e Solidário.
O processo de certificação do melão já está tramitando na organização internacional Fairtrade Labelling Organizations International (FLO) e, em breve, os produtos estarão nas gôndolas dos supermercados com o selo que confere equilíbrio e responsabilidade nas relações comerciais. De acordo com o presidente da Adap, Ubiratan Carvalho, essa será a primeira ação de Comércio Justo voltada para a produção de melão no mundo.
Ao todo, 10 famílias são responsáveis pela produção de um tipo de melão considerado “nobre” no mercado de fruticultura internacional. A fruta é ecologicamente correta, por não utilizar agrotóxicos, ser cultivada em condições favoráveis à conservação e preservação do meio ambiente, além de respeitar as normas trabalhistas nacionais e internacionais, a exemplo da erradicação do trabalho escravo e infantil.
Além disso, o plantio obedece a um rigoroso controle de qualidade em todas as etapas da produção, seleção e embalagem. "No ano passado, por exemplo, um grupo de compradores ingleses esteve na comunidade para conhecer a produção. Cerca de 350 caixas da fruta foram enviadas à Inglaterra para serem analisadas e, após uma criteriosa avaliação, dentro dos mais exigentes padrões internacionais, o melão potiguar obteve a classificação 5, considerada de excelente qualidade", comemora Carvalho.
Adap
Fundada em 2007, a associação surgiu devido à necessidade de melhorias nas práticas de comercialização dos produtores. "O grupo então se organizou para buscar melhores preços na compra de insumos, fazer boas negociações e acertos direto com compradores, dispensando os atravessadores", conta o presidente.
Hoje, o grupo soma 50 hectares de terra para a produção de melão e algumas outras frutas, como melancia, mamão e banana. Na comunidade, a atividade é realizada com agricultura irrigada e toda a produção é feita sem a utilização de fertilizantes químicos e agrotóxicos. O preço do melão para venda varia de R$ 0,10 a R$ 0,30 o quilo, o que gera uma média de renda para cada família de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil por mês.
O ambiente de trabalho é seguro, as crianças freqüentam a escola, o meio ambiente é respeitado e a igualdade entre gêneros é praticada. Princípios esses exigidos pelo movimento internacional do Comércio Justo. "Vejo essa ação como uma alternativa viável que irá revolucionar a agricultura familiar brasileira. Acredito que a saída de pequenos grupos nacionais para o mercado externo será por meio de iniciativas sustentáveis como essa", aposta Carvalho.
Contatos
Telefone: +55 (84) 9411-2666
E-mail: ubiratan_carvalho@hotmail.com