Marina Sarruf
São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira recebeu nesta sexta-feira (29), no plenário da Câmara Municipal, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, homenagens concedidas pelo Legislativo paulistano a pessoas e instituições que tenham contribuído para o desenvolvimento do município. "Essa homenagem comprova que nossa entidade está no caminho certo", afirmou o presidente da Câmara Árabe, Antonio Sarkis Jr., em seu discurso.
O prêmio foi entregue a Sarkis pelo vereador José Rogério Shkair Farhat, autor do projeto que resultou na homenagem. O decano do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, Yousuf Al-Usaimi, que é embaixador dos Emirados Árabes Unidos, também fez um discurso de agradecimento. "Essa homenagem é uma feliz oportunidade. A Câmara Árabe tanto tem se esforçado para o fortalecimento das relações do Brasil com os países árabes", disse o decano.
De acordo com Farhat, a homenagem foi aprovada por unanimidade no plenário da Câmara Municipal. "Além de eu ser descendente de árabe, eu conheço o trabalho da Câmara Árabe e me senti na obrigação de reconhecer esse intercâmbio comercial e outorgar essa homenagem", disse.
Segundo Sarkis, esse prêmio é o reconhecimento de um trabalho que vem se consolidando há mais de 54 anos, pelo esforço de várias diretorias e colaboradores. "O passado da Câmara Árabe é tão importante quanto o futuro que almejamos com as ações do presente", disse.
Compareceram cerca de 80 convidados na cerimônia, entre diplomatas, representantes da entidade homenageada e da coletividade de origem árabe. De acordo com a embaixadora da Palestina em Brasília, Mayada Bamie, a homenagem tem que ser comemorada por toda a comunidade árabe, não só no Brasil. "É uma grande honra para todos nós", afirmou.
Já para o encarregado de negócios da embaixada da Arábia Saudita, Abdullah Alowaiffer, a Câmara Árabe representa um canal de ligação entre o Brasil e os países árabes não apenas no setor comercial, mas em outras áreas. "Estamos muito orgulhosos com essa homenagem", disse ele.
O decano Al-Usaimi lembrou em seu discurso que o trabalho da Câmara Árabe auxiliou na ampliação da corrente comercial entre o Brasil e o mundo árabe. A soma das exportações e importações passou de US$ 4,9 bilhões em 2002, para US$ 10, 5 bilhões em 2005. "Esperamos que este ano chegue em US$ 12 bilhões", disse.
Cultura
De acordo com o vice-presidente de relações internacionais da Câmara Árabe, Helmi Mohamed Ibraim Nasr, é necessário lembrar que a entidade também foi responsável por divulgar a cultura árabe no Brasil e vice-versa. Ele ressaltou a publicação do dicionário árabe-português, a distribuição da tradução do Alcorão para o português e a tradução para o árabe do livro "Novo Mundo nos Trópicos", de Gilberto Freyre. Todos os trabalhos foram realizados pelo próprio Nasr.
"Nestes 54 anos de existência, a Câmara Árabe sempre primou pela cooperação cultural e econômica entre o Brasil, incluindo o município e o estado de São Paulo, e os países árabes", acrescentou o secretário-geral da entidade, Michel Alaby.
Estavam presentes também, entre outros, Paulo Atallah, Walid Yazigi e Willian Adib Dib, ex-presidentes da Câmara Árabe; os vice-presidentes da entidade, Rubens Hannun e Mário Rizkallah, respectivamente dos setores de marketing e comércio exterior; e os diretores Bechara Aziz Ibrahim e Mustapha Abdouni, além do empresário Salim Schahin.
Entre os diplomatas participaram o representante da Liga dos Estados Árabes no Brasil, Mahmoud Elsouri; os embaixadores da Tunísia, Zouheir Allagui, e da Síria, Ali Diab; os encarregados de negócios das embaixadas do Iraque, Sabah Al Wali, e da Líbia, Matoug Aborawi; o cônsul honorário do Marrocos, Hilton Antonio Pina; e o cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah.