São Paulo – A confecção Razão Social, sediada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, encontrou no comércio justo e solidário a oportunidade para crescer e alcançar mercados além das fronteiras do Brasil. Com apenas dois anos de existência, a fabricante já abriu uma loja própria e exporta com regularidade para a França. Agora a meta é chegar a novos destinos.
“Estamos preparadas para aumentar a produção e conquistar novos clientes mundo afora”, garante Érica Santos da Costa, uma das três sócias da Razão Social. “Cada vez mais as pessoas estão preocupadas em conhecer a origem dos produtos que estão consumindo, por isso há um mercado enorme a ser conquistado”, destaca. E como o próprio nome do sistema já diz, no comércio justo todos saem ganhando.
Antes de se organizarem e atuarem dentro dos princípios de comércio justo, as profissionais recebiam entre R$ 0,50 a R$ 0,80 por camiseta costurada, pois era o preço pago pelos intermediários. Após as mudanças, elas puderam cobrar, sem qualquer intermediação, o valor de R$ 1,50 por peça, exportando direto para a França com apoio da ONG Onda Solidária.
Outra lição importante, segundo Costa, é buscar o apoio de instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), que atuou junto ao grupo disseminando conceitos de mercado, formação de preço e orientação sobre financiamento para aquisição de equipamentos.
“Passamos a ter uma nova mentalidade do negócio. Hoje contabilizamos melhor o valor do trabalho, conseguimos melhorar a relação com os compradores e aumentar a produção”, diz Costa.
A Razão Social emprega 12 costureiras e produz entre 3 mil e 4 mil peças por semana. O grupo confecciona camisas masculinas e femininas em algodão ecológico, que utiliza apenas tingimento natural, malha de PET e fibra de bambu. “Matéria-prima selecionada e ecologicamente correta também é uma exigência do comércio justo”, destaca a empresária.
O sistema
O Comércio Justo e Solidário, que envolve a produção sustentável de mercadorias criadas por grupos de produtores à margem do sistema tradicional de comércio, vem crescendo constantemente no mundo. Surgida na década de 1960 para proporcionar oportunidades de desenvolvimento econômico, social e político a esses grupos, a prática hoje reúne cerca de um milhão de produtores de vários setores em mais de 50 países.
Os princípios básicos de uma produção caracterizada pelo comércio justo são: a eliminação dos níveis de intermediação comercial especulativa e de discriminação de raça, gênero e religião, a erradicação do trabalho infantil e escravo, a preservação da saúde e do meio ambiente, a garantia de pagamento de preços justos aos pequenos produtores, relações duradouras, o respeito aos direitos trabalhistas, o estabelecimento de demandas de longo prazo e de políticas de relações éticas transparentes e co-responsáveis entre os diversos elos da cadeia produtiva.
De acordo com dados da entidade internacional de certificação Fair Trade Labelling Organisations (FLO), o comércio justo internacional certificado cresceu, nos últimos cinco anos, a taxas anuais acima de 20%. O Brasil conta atualmente com 31 operadoras certificadas pela FLO.
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