O Brasil aumentou em 133% as exportações de produtos lácteos aos países da Liga Árabe no começo deste ano.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam que as vendas saíram de US$ 17,8 milhões entre janeiro e abril do ano passado para US$ 41,6 milhões no mesmo período deste ano.
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, além do esforço exportador das empresas do segmento, o crescimento também decorre do aumento do consumo na região.
O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, afirma que pesou no aumento das vendas do segmento aos árabes a competitividade da produção brasileira, com o que Alvim concorda.
O Brasil está aumentando muito as exportações de lácteos, diz Alvim, referindo-se ao crescimento das exportações em geral.
De acordo com ele, no ano passado o país faturou cerca de US$ 300 milhões com exportações do setor, quase o dobro de 2007.
A Venezuela foi a maior compradora, seguida da Argélia.
Nos primeiros quatro meses deste ano as exportações nacionais chegaram a US$ 152 milhões.
Tanto Alvim quanto Alaby acreditam que o aumento das vendas de lácteos aos países árabes também decorre de uma substituição de fornecedores europeus.
Alvim explica que a Europa, que tinha 36% do comércio mundial de lácteos em 2006, hoje tem apenas 22%.
Um dos motivos é que a região está mais voltada para o seu próprio mercado, preocupada em atender os novos integrantes da União Européia (UE), e também, em função de preocupações ambientais, estipulou regras mais rígidas para os produtores.
Os árabes responderam, entre janeiro e abril, por quase um terço do que o Brasil exportou em lácteos.
Os maiores compradores, no mundo árabe, foram Sudão, com US$ 14 milhões, seguido da Argélia, com US$ 13,6 milhões, Arábia Saudita, com US$ 2,4 milhões, Mauritânia, com US$ 2,1 milhões, e Kuwait, com US$ 1,3 milhão.
As importações sudanesas cresceram expressivamente, já que no primeiro quadrimestre de 2007 estavam em US$ 245 mil.
As da Argélia aumentaram 86% e as dos sauditas 90%.
As compras da Mauritânia cresceram 113% e as do Kuwait 596%.
Um dos produtos que teve maior peso nas exportações foi o leite integral em pó.
Foram pelo menos US$ 34,1 milhões em vendas deste tipo de produto aos árabes entre janeiro e abril.
O secretário-geral da Câmara Árabe explica que o Sudão, um dos maiores compradores dos lácteos brasileiros na região, por exemplo, tem rebanho leiteiro, mas não tem uma indústria do segmento que consiga atender toda a demanda local.
Com informações da ANBA