São Paulo – África e Oriente Médio foram as regiões que mais cresceram como destino das exportações brasileiras em agosto. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (01) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas para o continente africano avançaram 46,1% em relação ao mesmo mês de 2010, pela média por dia útil, e chegaram a US$ 1,35 bilhão. Para o Oriente Médio, os embarques renderam US$ 1,512 bilhão, um aumento de 44,6% na mesma comparação.
Segundo o MDIC, os negócios com a África foram impulsionados pelas vendas de açúcar, gasolina, etanol, cereais, veículos e autopeças, óleo de soja e máquinas e equipamentos. No caso do Oriente Médio, o ministério destacou as vendas de açúcar, minério de ferro, carnes, milho, máquinas e equipamentos, produtos químicos inorgânicos, farelo de soja, veículos, autopeças e gado vivo.
No total, as exportações brasileiras renderam US$ 26,158 bilhões em agosto, um crescimento de 30,1% sobre o mesmo mês do ano passado, pela média diária. O valor é recorde mensal. Além da África e Oriente Médio, houve aumento dos embarques para os demais blocos econômicos, com exceção da Europa Oriental.
Ocorreu aumento das exportações de todas as categorias de produtos (básicos, semimanufaturados e manufaturados), sendo que os números de cada grupo foram também recordes, se acordo com o MDIC. O maior crescimento foi registrado entre semimanufaturados (52%) e o menor entre os manufaturados (19%). As vendas de básicos avançaram 33%.
Entre os produtos, destaque para aviões, etanol, óxidos e hidróxidos de alumínio, algodão, milho, petróleo, soja, ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço e açúcar. As exportações de todos estes itens aumentaram acima da média. Muitas das mercadorias comercializadas pelo Brasil tiveram majoração de preços no mercado internacional.
Importações
Na seara das importações, Oriente Médio e África foram, respectivamente, a segunda e a terceira regiões que mais ampliaram suas vendas ao Brasil. No primeiro caso, o destaque foi para petróleo, nafta, GLP e fertilizantes. No último, para petróleo e fertilizantes.
No total, as compras brasileiras do exterior somaram US$ 22,285 bilhões em agosto, um aumento de 26,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, pela média diária. O valor é também recorde mensal. Houve crescimento das importações de todos os grupos de produtos (combustíveis e lubrificantes, matérias-primas e intermediários, bens de consumo e bens de capital).
Com isso, o País registrou superávit comercial de US$ 3,873 bilhões no mês passado, 61,9% a mais do que em agosto de 2010.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras renderam US$ 166,713 bilhões, um crescimento de 31,4% sobre o mesmo período de 2010, pela média por dia útil. As importações somaram US$ 146,754 bilhões, um aumento de 27,4% na mesma comparação. O saldo está em US$ 19,959 bilhões, avanço de 71,8%.
Ritmo elevado
Em levantamento divulgado na quarta-feira (31), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez um comparativo do desempenho do comércio exterior no G7 e BRICS. No segundo trimestre deste ano, o ritmo do crescimento das exportações e importações diminuiu em todos os países dos dois grupos, com exceção do Brasil e da China, onde o comércio acelerou.
Vale lembrar que, além do Brasil e da China, os dois blocos são formados por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos, Rússia, Índia e África do Sul.
Em outro relatório, divulgado também esta semana, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) informou que as exportações da região como um todo deverão crescer 27% este ano, sendo 9% de aumento nos volumes embarcados e 18% nos preços. Isso pode ser verificado já na balança comercial brasileira, que até o momento teve forte influência da majoração dos valores das mercadorias.
Segundo a Cepal, as importações latino-americanas deverão avançar 23% este ano, e a região pode acumular um saldo comercial de mais de US$ 80 bilhões. “O intercâmbio Sul-Sul, encabeçado pela China e pelo resto da Ásia emergente, é o principal motor do crescimento do comércio mundial, já que o volume das exportações dos países em desenvolvimento cresceu 17% em 2010, comparado com 13% dos países industrializados”, diz nota da organização.
A Cepal alerta, no entanto, que a difícil situação econômica em alguns países desenvolvidos começa a afetar nações emergentes e pode imprimir um ritmo menor de crescimento ao comércio internacional em 2012.