São Paulo – As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 88,22 bilhões em 2015, valor 8,8% menor do que os US$ 96,75 bilhões de 2014, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. As importações tiveram queda de 21,3% na mesma comparação US$ 13,07 bilhões. O saldo comercial do agronegócio foi de US$ 75,15 bilhões. As exportações do setor corresponderam a 46,2% de tudo o que o País exportou no ano passado.
De acordo com o Mapa, apesar da queda em valores, houve aumento da quantidade embarcada em diversos grupos de produtos. Soja em grãos, farelo de soja, carne de frango in natura e café verde, por exemplo, foram embarcados em volumes recordes.
Em valores, foram exportados US$ 20,982 bilhões em soja em grão, ou 9,8% a menos do que em 2014. Em volumes, porém, foram exportadas 54,3 milhões de toneladas, com expansão de 18,9% sobre o ano anterior. Segundo os dados do Mapa, em 2014 o Brasil exportou soja em grãos a US$ 509 por tonelada. No ano passado, foram US$ 386 por tonelada, ou uma queda de 24,2% no preço médio praticado.
O complexo soja foi o principal grupo de produtos exportado, com US$ 27,957 bilhões em receita, valor 11% menor do que em 2014. As vendas de carnes somaram US$ 14,7 bilhões, com queda de 15,5% em comparação ao ano anterior, e as de produtos florestais chegaram a US$ 10,33 bilhões, alta de 3,8%. As exportações do complexo sucroalcooleiro somaram US$ 8,5 bilhões (-17,7%), e as de café, US$ 6,16 bilhões (-7,6%).
A principal região compradora foi a Ásia, com importações de US$ 38 bilhões, uma queda de 3,2% em comparação a 2014; seguida pela União Europeia, com US$ 18,2 bilhões (-14,9%); Nafta (Estados Unidos, México e Canadá), com US$ 7,7 bilhões (-6%); Oriente Médio, com compras de US$ 7,2 bilhões (-0,4%); e África, com importações de US$ 5,8 bilhões (-11,2%).
Entre os países, o principal importador dos produtos agrícolas e pecuários brasileiros foi a China, que comprou o equivalente a US$ 21,8 bilhões no ano passado, uma queda de 3,6% em comparação com 2014. Em seguida vieram Estados Unidos, Países Baixos, Alemanha e Japão.
A Arábia Saudita foi o 7º maior comprador de produtos do agronegócio brasileiro e o principal cliente entre as nações árabes. Os sauditas importaram US$ 2,2 bilhões em 2015, um aumento de 8% em relação a 2014. O Egito foi o 15º importador. As vendas do agronegócio do Brasil para o país do Norte da África foram de US$ 1,7 bilhão em 2015, ou 1,9% a menos do que em 2014. Estas são as duas nações árabes que aparecem entre os 20 principais compradores do Brasil em 2015.
Apenas no mês de dezembro, as exportações brasileiras foram de US$ 6,86 bilhões, com expansão de 1,4% sobre dezembro de 2014. Já as importações no período foram de US$ 896 milhões, valor 28,1% menor do que um ano antes. Carnes, cereais, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e complexo soja foram os produtos mais exportados em dezembro. Os principais itens comprados pelo agronegócio foram trigo, pescados, papel e malte.
Em entrevista coletiva, a secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo, disse que a queda nas receitas com exportações do agronegócio “foi muito menor” do que a registrada em outros setores da economia.
“A queda foi muito menor que a de outros setores [que compõem a pauta de exportações brasileiras]. Nós amenizamos a queda da balança comercial como um todo e também conseguimos superávit em tempos muito difíceis. Isso em um tempo de desaceleração da economia mundial, e da China em particular”, disse Tatiana, segundo informações da Agência Brasil.
Ela disse também que o Mapa espera uma recuperação de 2% nos valores em 2016 e também a ampliação dos volumes. “Em 2016, esperamos recuperação no valor e volume exportado de carne bovina, pois abrimos mercado na China, Arábia Saudita, Rússia”, disse a secretária.