Da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, cobrou hoje (06) maior empenho dos embaixadores para o cumprimento das metas da política externa do governo brasileiro. Amorim anunciou que este ano o governo vai continuar investindo na campanha mundial contra a fome e a pobreza, na integração da América do Sul e nas negociações comerciais "justas" com os países desenvolvidos.
As questões ligadas à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à reforma das Nações Unidas (ONU) também serão prioridades do governo para este ano. "Um dia, esperamos que haja a reforma da ONU, que é uma questão de justiça, e não de ambição", defendeu o chanceler, ao abrir a reunião com 49 embaixadores que trabalham nas representações do Brasil no exterior.
Sobre as negociações com a Alca e a União Européia, o chanceler afirmou que elas continuam neste ano, mas pediu paciência para concretizá-las. "Não se pode se confundir uma negociação bem sucedida com uma negociação de desfecho rápido porque, às vezes, uma negociação de desfecho rápido é uma negociação ruim e mal sucedida. É preciso negociar com pleno conhecimento das necessidades brasileiras, com auto-respeito", afirmou Amorim. A conclusão das negociações comerciais com os dois blocos estava prevista para o final do ano passado.
Antes de terminar seu discurso de quase 40 minutos aos embaixadores, Amorim deixou claro que o Brasil não tem ambição de ser um país hegemônico na área política e comercial, mas precisa se empenhar para continuar a crescer, mesmo sabendo que não fará parte do grupo dos ricos. "Nosso Brasil tem um lugar a ocupar, mas temos a compreensão das situações difíceis que encontramos porque o Brasil é um país pobre. Nós não podemos ter a ilusão de que o Brasil será parte dos grupos dos ricos, porque não é parte do grupo dos ricos", afirmou.
Ele destacou que o foco brasileiro não está concentrado em apenas uma região, mas que a prioridade continua sendo a integração da América do Sul. Segundo ele, o comércio com os países do continente sul-americano nos últimos anos cresceu cerca de 50%. "Esse resultado é expressivo. Espero que continue assim, mas depende de alguns fatores, como economia mundial, demanda e empenho de todos", finalizou.