Abu Dhabi – Os países árabes receberam US$ 30,8 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) em 2016, um aumento de 25% sobre 2015, segundo informações publicadas nesta terça-feira (11) pela Emirates News Agency (WAM) com base em relatório da Corporação Árabe de Garantia de Crédito de Investimento e Exportação (Dhaman), com sede no Kuwait. O valor representa 1,8% do total mundial e 4,8% dos recursos recebidos por nações em desenvolvimento.
Os Emirados Árabes Unidos estão em primeiro lugar entre os árabes no que diz respeito aos investimentos estrangeiros. O país recebeu US$ 9 bilhões em IED no ano passado. Na segunda e na terceira posições aparecem o Egito e a Arábia Saudita, respectivamente. O levantamento utilizou números do Relatório Mundial de Investimentos 2017 da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), e de outras fontes internacionais e locais. A Dhaman é uma instituição pan-árabe.
O estudo ressalta que o fluxo de IED segue concentrado em alguns países árabes, sendo que os Emirados, o Egito e a Arábia Saudita receberam 80% do total. De acordo com os dados da Unctad, os recursos recebidos pelos Emirados cresceram 2,2% em relação a 2015. No caso do Egito, houve um aumento de 17% na mesma comparação, para US$ 8,1 bilhões. A Arábia Saudita atraiu US$ 7,45 bilhões em 2016, um recuo de 8,45% em relação ao ano anterior.
A WAM acrescenta que o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) recebeu mais investimentos que as demais nações árabes. O bloco é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados, Kuwait e Omã.
Na outra mão, os investimentos diretos externos com origem nos países árabes caíram 14% em 2016, para US$ 31,3 bilhões. O valor corresponde a 2,2% do total mundial e a 8,2% do montante movimentado por países em desenvolvimento.
Os principais emissores de investimentos no mundo árabe foram os Emirados, Arábia Saudita, Catar, Omã e Líbano, representando 74% do fluxo do bloco.
Projetos
No que diz respeito aos empreendimentos anunciados, a WAM informa que 616 empresas lançaram 773 projetos para atração de capital externo no mundo árabe em 2016, com investimentos totais previstos em US$ 94 bilhões e estimativa de criação de mais de 115 mil empregos.
Com US$ 40,9 bilhões em projetos lançados, ou 44,3% do total, o Egito lidera a lista neste quesito, seguido da Arábia Saudita, com 12,8%, e dos Emirados, com 10,6%. A China é o principal investidor nesta seara, com US$ 29,5 bilhões em projetos, ou 31,9% do previsto, seguida dos Emirados, com US$ 15,2 bilhões, ou 16,4%, e dos Estados Unidos, com US$ 7 bilhões, ou 7,6%.
No caso dos investimentos entre países árabes, de acordo com o relatório, foram apresentados 142 projetos por 91 companhias, com custo total de US$ 22,2 bilhões e previsão de geração de 26,6 mil empregos. Mais uma vez o Egito aparece em primeiro como local dos empreendimentos, com 60,4%, seguido da Arábia Saudita, com 23,4%, e da Jordânia, com 3,4%.
Os Emirados lideram a lista dos países que mais anunciaram investimentos em outras nações árabes, com 69,4% do total, seguidos da Arábia Saudita (20,9%) e do Egito (3,7%). O setor imobiliário é o que mais tem projetos, com investimentos previstos em US$ 18,13 bilhões, ou 85,2% do fluxo entre árabes, seguido dos segmentos de alimentos, tabaco, energia, energias renováveis e telecomunicações.