São Paulo – No processo de integração econômica do Brasil e da África, os países árabes que ficam ao Norte do continente têm apresentado papel ativo. Em seminário nesta sexta-feira (29) em Fortaleza, capital do Ceará, foram mostrados dois projetos no qual brasileiros e árabes estão em integração, os investimentos da companhia argelina Cevital no Brasil e o trabalho da brasileira Brazilian Agroindustrial Company no Sudão.
Os dois casos foram temas de palestras no Fórum Brasil África, promovido pelo Instituto Brasil África, no Hotel Gran Marquise e acompanhado pela executiva de Negócios Internacionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Fernanda Baltazar. O encontro ocorreu nesta sexta-feira e também na quinta-feira (28), com participação de diversos países africanos.
A argelina Cevital é um dos maiores grupos privados do país árabe, com receita estimada em US$ 5 bilhões em 2014, e atuação em várias frentes, entre elas a agrícola. A empresa, segundo dados divulgados no seminário, está investindo no Brasil e já tem um escritório em Belém, no Pará. A companhia responde por 60% das importações que a Argélia faz do Brasil, de produtos como açúcar, óleo de soja, farelo de soja, milho, além de maquinário industrial.
A Cevital vem estreitando suas relações com o Brasil e começa a desenvolver e planejar investimentos em áreas como logística para transporte de grãos e cereais, portos, beneficiamento de produtos do agronegócio, produção de fertilizantes, entre outros. Entre os objetivos estão prover alimentos para a Argélia e outras partes da África, e eficiência para a exportação destes grãos a partir do Brasil, segundo apresentação feita pelo diretor gerente da empresa, Achur Iskounen, em Fortaleza.
O presidente da Brazilian Agroindustrial Company, Paulo Hegg, apresentou no evento o projeto agrícola que a empresa desenvolve no Sudão. A companhia foi criada por Hegg e o presidente do grupo Pinesso, Gilson Pinesso. Eles plantam grãos e algodão no país árabe e com isso estão levando conhecimento e tecnologia para a agricultura sudanesa. A área cultivada, que em 2011 era de 7,3 mil hectares, neste ano está em 11 mil hectares. O faturamento passou de US$ 4 milhões para US$ 22 milhões em 2014, segundo projeção.