Brasília – A balança comercial brasileira registrou em abril o superávit mais baixo para o mês em dois anos. O País exportou US$ 491 milhões a mais do que importou. O resultado é o segundo pior da série histórica para o mês, só perdendo para abril de 2013, quando o indicador apresentou déficit de US$ 989 milhões.
As exportações brasileiras somaram US$ 15,156 bilhões em abril. Houve recuo de 23,2% pela média diária em relação ao mesmo mês do ano passado e de 1,8% em comparação com março de 2015, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (04) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
As importações ficaram em US$ 14,665 bilhões, uma queda de 23,7% sobre abril de 2014 e de 2,4% em relação a março deste ano pela média diária. O saldo comercial registrado no mês passado ficou 3% menor do que o apurado em abril de 2014.
O resultado positivo em abril, porém, ajudou a reduzir para US$ 5,066 bilhões o déficit acumulado na balança comercial em 2015. No mesmo período do ano passado, a balança acumulava resultado negativo de US$ 5,573 bilhões.
Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações caíram mais que as importações. De janeiro a abril, o País exportou o equivalente a US$ 57,931 bilhões, queda de 16,4% pela média diária em relação ao mesmo período de 2014. As importações somaram US$ 62,997 bilhões, retração de 15,9% também pela média diária.
As três principais categorias de produtos exportados tiveram queda no acumulado do ano. As vendas de produtos básicos caíram 23,6% na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado. Os principais itens que puxaram a queda foram o minério de ferro (-45,1%), a soja em grão (-41%) e a carne bovina (-24,2%). Esses produtos passam por queda de preços no mercado internacional.
As exportações de manufaturados caíram 11,3%, por causa principalmente de motores e geradores (-22,9%), máquinas de terraplanagem (-20,8%) e automóveis (-19%). As vendas externas de semimanufaturados caíram 2,5% no acumulado do ano, com destaque para açúcar em bruto (-13,8%), couros e pelos (-12,2%) e ferro fundido (-10,9%).
A queda no preço das commodities e o incêndio no Porto de Santos, que paralisou por cerca de dez dias as atividades no maior terminal marítimo da América Latina, são as principais razões da queda das exportações em abril. A avaliação é do diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão.
Na outra mão, recuaram as importações de combustíveis e lubrificantes (-32,3%), bens de consumo (-13%), matérias-primas e intermediários (-12,5%) e bens de capital (-12,3%).
As vendas externas brasileiras retrocederam para os principais blocos econômicos. Do outro lado, cresceram apenas as importações do Leste Europeu.
Brandão manteve a estimativa de que o País fechará 2015 com as exportações maiores que as importações. Segundo ele, a desaceleração da economia interna e a diminuição da demanda por combustíveis farão o país importar menos, compensando a redução das exportações.
*Com informações da redação da ANBA