São Paulo – O Banco Mundial estima que a região do Oriente Médio e Norte da África, que inclui os países árabes, cresceu 3,8% em 2012, de acordo com o relatório Global Economic Prospects, divulgado na noite de quarta-feira (15), em Washington. O avanço é bastante superior ao de 0,6% que havia sido previsto pela instituição em junho do ano passado, quando da edição anterior do levantamento.
Segundo o Banco Mundial, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) regional em 2012 retomou ao nível de 2010, antes da Primavera Árabe. Em 2011, vários países da região foram palco de revoltas populares e mudanças de regimes, o que influenciou uma retração de 2,4% na economia.
O aumento do PIB do bloco no ano passado, de acordo com o banco, foi puxado principalmente pela retomada das exportações de petróleo da Líbia, onde a economia avançou a uma taxa estimada em 108%, e por uma expansão “robusta e durável” de 11% no Iraque.
Isso mais do que compensou a queda de cerca de 20% no PIB da Síria, país que vive um conflito civil há quase dois anos. O banco informa, no entanto, que as estimativas sobre a economia síria “compreendem incertezas significativas”.
Entre outros países da região, a Argélia, o Marrocos e a Jordânia cresceram 3%, o avanço do Egito foi previsto em 2,6% em seu ano fiscal, ainda não encerrado, o PIB da Tunísia aumentou 2,4%, e o do Líbano, 1,7%.
As nações da região que têm que importar petróleo cresceram 2,5% em 2012, portanto abaixo da média regional, segundo o banco. Além da situação política e social ainda instável, a instituição cita como fatores que inibiram um avanço maior a crise na Zona do Euro, que inibiu os fluxos de capitais estrangeiros, pois estes países têm fortes ligações econômicas com a Europa; uma safra ruim no Marrocos; problemas orçamentários na Jordânia; e as dificuldades monetárias no Egito, com desvalorização da libra egípcia e queda nas reservas internacionais.
A boa notícia, de acordo com o Banco Mundial, é que houve um aumento no fluxo de turistas. Cresceu o número de visitantes no Egito, Jordânia e Tunísia, mas o total ainda ficou abaixo do atingido em 2010.
O Banco mundial reviu para cima também suas projeções futuras. Para 2013, a instituição espera um crescimento de 3,4% no Oriente Médio e Norte da África, com a redução do avanço da Líbia para um patamar mais “sustentável” de 7,6%. Outras nações poderão crescer mais que em 2012, como o Egito (3,8%), Jordânia (3,3%), Argélia (4,3%), Marrocos (4,4%), Tunísia (3,2%), Líbano (2,8%), Iêmen (4%, contra 0,1% em 2012) e até o Iraque (13,5%). Para 2014 e 2015 as previsões de avanço do PIB regional são de 3,9% e 4,3%, respectivamente. As perspectivas publicadas em junho de 2012 estimavam aumento de 2,2% em 2013 e de 3,4% em 2014.
Possíveis problemas no horizonte econômico regional são o prolongamento da instabilidade política, o agravamento do conflito na Síria, com repercussões em nações vizinhas, a continuidade da crise europeia e uma piora dos problemas fiscais nos Estados Unidos.
Brasil
Na seara brasileira, o crescimento do PIB no ano passado é estimado em 0,9%, após um avanço “modesto” de 2,7% em 2011. Em junho, o banco previa que a atividade econômica brasileira iria aumentar 2,9%. O desempenho abaixo do esperado fez a instituição reduzir a projeção para o País em 2013 de 4,2% para 3,4%. A estimativa para 2014 foi ampliada de 3,9% para 4,1%. Em 2015, o Banco Mundial avalia que o Brasil poderá crescer 4%.
Em escala global, o Banco Mundial reduziu as estimativas de avanço em 2012 de 2,5% para 2,3%, em 2013 de 3% para 2,4%, em 2014 de 3,3% para 3,1% e projetou crescimento mundial de 3,3% em 2015.