São Paulo – A economia mundial poderá crescer 2,9% este ano, contra 2,4% em 2015, de acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado nesta quarta-feira (06) pelo Banco Mundial (Bird). A instituição avalia que o avanço previsto é “modesto”, pois sofre o peso do fraco desempenho econômico entre os principais mercados emergentes.
O documento destaca, por exemplo, que o crescimento chinês continuará a diminuir e que as economias do Brasil e da Rússia vão seguir em recessão este ano. A previsão de crescimento para o conjunto dos países em desenvolvimento em 2016 é de 4,8%, o que, segundo o Bird, é menos do que o esperado, mas ainda assim superior aos 4,3% registrados em 2015.
O banco ressalta que a queda dos preços das commodities e as instabilidades financeiras “drenaram a atividade econômica” global no ano passado. Em 2016, o crescimento previsto para os países ricos vai mitigar apenas em parte o fraco desempenho entre as nações emergentes, de acordo com o diretor do Grupo de Perspectivas Econômicas do Desenvolvimento do Bird, Ayhan Kose.
O desempenho esperado para as economias emergentes, porém, não será linear. “Há uma divergência mais acentuada no desempenho entre economias emergentes”, observou o economista-chefe do banco, Kaushik Basu, segundo comunicado da instituição.
No Brasil, por exemplo, o produto interno bruto (PIB) recuou 3,7% em 2015 e deverá ter uma retração de 2,5% este ano, com retomada de 1,4% em 2017 e de 1,5% em 2018. Além do baixo preço das commodities e da volatilidade financeira, o País vem sofrendo com o déficit fiscal, alta da inflação e com incertezas políticas.
Já no Oriente Médio e Norte da África, a expectativa para 2016 é de um crescimento de 5,1%, contra 2,5% em 2015. Uma das apostas na região é o fim das sanções econômicas contra o Irã, após assinatura de um acordo nuclear pelo país no ano passado. O relatório, porém, não fala da escalada da animosidade entre Irã e Arábia Saudita, as duas maiores potências do Golfo, que esta semana romperam relações diplomáticas, com consequências difíceis de prever.
No Egito, outra potência regional, a previsão é de um avanço de 3,8% no ano fiscal que vai se encerrar em junho de 2016, contra 4,2% no ciclo anterior. No Iraque, a projeção é de um crescimento de 3,1% este ano, ante 0,5% em 2015.
O documento destaca que a queda no preço do petróleo desde meados de 2014 contribuiu para acelerar o crescimento em países da região que são importadores de petróleo, possibilitando o corte de subsídios dos combustíveis pelos governos. Os efeitos positivos, segundo o Bird, foram maiores do que as perdas causadas entre as nações exportadoras de petróleo.
A continuidade da queda nas cotações, porém, representa um risco para a economia da região, de acordo com o banco, assim como o aprofundamento de conflitos regionais. A instituição alerta ainda que se os governos falharem em oferecer melhores condições de vida às populações poderá haver novos levantes populares.