São Paulo – A Síria enfrenta uma grave crise na produção de alimentos, aponta relatório divulgado nesta sexta-feira (05), pela Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO). O documento indica que cerca de quatro milhões de pessoas sofrem com a insegurança alimentar que atinge o país devido aos conflitos internos.
“As perdas de grãos pré e pós-colheita estão maiores que a média este ano, em função, principalmente, de danos nos equipamentos de colheita e nas estruturas de armazenagem”, mostra o documento. Segundo o texto, a produção de trigo no país deve atingir 2,4 milhões de toneladas, 15% a menos que a obtida na safra 2011/12 e 40% menor que a safra 2010/11, que superou quatro milhões de toneladas.
De acordo com a FAO, a Síria precisará importar 1,47 milhões de toneladas de trigo para o período de 2013/14. O setor de criação de animais também está sendo bastante afetado pelos conflitos. “A produção de aves deve ter uma queda de mais de 50% em relação a 2011, enquanto os rebanhos de ovelha e gado terão redução de 35% e 25% respectivamente”, mostra o relatório.
Segundo a agência da ONU, 1,6 milhão de sírios foram registrados como refugiados em países vizinhos, mas estima-se que muitos outros tenham saído do país sem registro. Dentro do território sírio, a taxa de desemprego é de 18%.
Além dos altos preços dos produtos, o acesso à comida também tem sido comprometido pela pouca quantidade de alimentos disponíveis para venda. Os principais impedimentos ao comércio, diz a FAO, são a insegurança, dificuldades nos transportes, falta de crédito aos fornecedores e pouco acesso à moeda estrangeira.
A FAO aponta que os grupos mais vulneráveis à falta de alimentos são os de pessoas que tiveram que se deslocar internamente no país em função dos conflitos, como pequenos produtores agrícolas, criadores de animais, pessoas pobres dos centros urbanos, crianças, grávidas, idosos e pessoas com doenças crônicas.