São Paulo – O Brasil vai sediar a Copa do Mundo em 2014, o Catar em 2022. E os dois países pretendem cooperar um com o outro na preparação dos campeonatos. Esse foi um acerto feito entre o emir do Catar, Hamad Bin Khalifa Al Thani, e o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em encontro nesta quarta-feira (09), em Doha.
O acerto significa a possibilidade de empresas brasileiras trabalharem na construção de estádios, por exemplo, e o Catar investir em aeroportos, grandes eventos ou hotéis para a Copa no Brasil. Segundo o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, o Catar tem interesse em investimentos em infraestrutura no Brasil para a Copa e as Olimpíadas de 2016, que vai ocorrer no Rio de Janeiro.
De acordo com Nunes, o emir tem um carinho especial pelo Brasil e recebeu o novo chanceler com muita cordialidade. Mesmo com agenda cheia em função da visita da rainha da Holanda, Beatriz Guilhermina Armgard, o líder catariano teve o encontro com o ministro brasileiro. Os dois países mantêm relações diplomáticas próximas e o Catar sediou, inclusive, a última Cúpula de Países Árabes e Sul-Americanos (Aspa), em 2009.
A Copa do Mundo vem atraindo o olhar de investidores estrangeiros, não apenas do Catar, para o Brasil. Estimativas divulgadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) indicam que o país deve receber R$ 183 bilhões em investimentos diretos e indiretos em função da Copa e das Olimpíadas. Ampliação e modernização dos aeroportos das cidades que serão sede devem receber R$ 5,5 bilhões.
Em Doha, o ministro Patriota foi recebido também pelo primeiro-ministro e chanceler do país, Hamad Bin Jassem Jaber Al Thani, e o ministro de Estado de Negócios Estrangeiros, Ahmad Bin Abdullah Al Mahmoud. A visita do chanceler brasileiro foi acompanhada pelo embaixador do Brasil em Doha, Ânuar Nahes. "Os encontros foram muito bons, muito francos, sinceros, profissionais", disse Nahes à ANBA.