São Paulo – Enquanto as exportações brasileiras tiveram queda de receita de 1,6% nos sete primeiros meses deste ano sobre o mesmo período do ano passado, as vendas para o mercado árabe cresceram 0,29% na mesma comparação. Em julho, individualmente, o desempenho dos envios para a região ficou também acima da média. Enquanto as exportações do País amargaram queda de 10%, as para o mundo árabe recuaram 6%.
“Mantivemos o crescimento, mesmo que não tenha sido tão significativo”, diz o CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, sobre os dados do acumulado do ano. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil faturou US$ 7,88 bilhões com embarques para o mercado árabe de janeiro a julho. No mesmo período de 2011, o valor registrado foi US$ 7,85 bilhões. No último mês a receita ficou em US$ 1,3 bilhão contra US$ 1,38 bilhão em julho de 2011.
De acordo com Alaby, algumas das principais commodities embarcadas para o mercado, como carne, açúcar e minérios, foram vendidas com preços menores, o que influenciou o desempenho do ano. Além disso, o Ramadã, mês de jejum diurno para os muçulmanos, começou em julho, e neste período os estoques geralmente já estão abastecidos na região, o que acaba gerando menos importações.
No acumulado do ano, a receita com exportações de açúcar para os árabes recuaram, de US$ 2,1 bilhões para US$ 2,08 bilhões, e as de cereais de US$ 638,8 milhões para US$ 555,8 milhões. Houve baixo crescimento nas vendas de minério, de US$ 1,48 bilhão para US$ 1,5 bilhão, em função dos preços menores. Já as vendas de carne avançaram de US$ 1,9 bilhão para US$ 2,2 bilhões.
O principal importador árabe de mercadorias brasileiras, de janeiro a julho, foi a Arábia Saudita. O país, no entanto, comprou bem menos do que no ano passado, caindo de US$ 2 bilhões para US$ 1,6 bilhão. Emirados Árabes Unidos foram o segundo maior importador, com US$ 1,3 bilhão, contra US$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2011, seguido por Egito, que avançou de US$ 1,1 bilhão para US$ 1,26 bilhão, por Omã, que passou de US$ 339 milhões para US$ 621 milhões, e por Argélia, de US$ 863 milhões para US$ 612 milhões.
Em julho caíram bastante as vendas de açúcar, de US$ 529,8 milhões para US$ 383 milhões, as de minério, de US$ 285 milhões para US$ 271 milhões, e as de grãos, de US$ 41,6 milhões para US$ 28 milhões, além de outros produtos sem tanta representatividade no total, como madeira, partes de veículos e cafés. Mas avançaram as exportações de carnes, de US$ 279 milhões para US$ 326,6 milhões, e as de cereais, de US$ 44 milhões para US$ 147 milhões.
O Egito ultrapassou Arábia Saudita e ficou em primeiro lugar na lista de importadores árabes do Brasil em julho, com US$ 269,7 milhões. No mesmo mês de 2011 o país havia comprado US$ 192 milhões. Em segundo lugar vieram os sauditas, com US$ 236,9 milhões sobre os US$ 320 milhões em julho do ano passado; depois Emirados, que saíram de US$ 293 milhões para US$ 207 milhões; Omã, de US$ 98,5 milhões para US$ 143,7 milhões; e então Marrocos, de US$ 36 milhões para US$ 84,5 milhões.
Diferente das exportações, as importações brasileiras do mercado árabe continuam avançando bastante. Elas cresceram 33,6% no acumulado do ano até julho, somando US$ 7,3 bilhões. Em julho elas ficaram em US$ 1,2 bilhão, com aumento de 27% sobre o sétimo mês de 2011. O Brasil importa da região principalmente petróleo, seus derivados e fertilizantes.