São Paulo – As complementaridades entre as economias do Brasil e dos países árabes ficam cada vez mais evidentes, na opinião do presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr. “O comércio já está consolidado, especialmente na área agrícola os árabes precisam importar, e o Brasil tem vocação para ser líder mundial nesse setor”, disse ele durante entrevista coletiva ontem (08), em São Paulo.
Ele ressaltou que o Brasil já tem uma participação importante no mercado árabe de alimentos, sendo que o país tem grande necessidade dos fertilizantes produzidos no Oriente Médio e Norte da África. Só para dar uma idéia, as exportações brasileiras de alimentos para lá renderam US$ 2,4 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 21,41% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Sarkis ressaltou produtos como os lácteos, cujas exportações cresceram 92% e chegaram a US$ 48 milhões; os ovos, cujos embarques renderam US$ 17,9 milhões, um aumento de quase 2.000%; e as carnes, cujas vendas externas somaram US$ 1,4 bilhão, 47% a mais do que no período de janeiro a junho de 2007.
Na outra mão, os fertilizantes foram o segundo item da pauta de importações brasileiras dos países árabes nos primeiros seis meses, com compras no valor de US$ 359 milhões, um crescimento de 220% em relação ao primeiro semestre de 2007. De acordo com a Câmara Árabe, os árabes importam 90% dos alimentos que precisam e o Brasil 70% dos fertilizantes que necessita. Aí está um exemplo de complementaridade.
Nesse sentido, a Câmara vem trabalhando cada vez mais no incentivo aos investimentos recíprocos e parcerias entre brasileiros e árabes. “Esse é o nosso principal foco para o final do ano”, afirmou Sarkis.
Ele lembrou que as exportações totais dos países árabes renderam US$ 809 bilhões no ano passado, e as importações US$ 560 bilhões, gerando um superávit de US$ 249 bilhões. “São recursos que nos últimos anos têm sido investidos em infra-estrutura e na melhora das condições de vida da população”, declarou o presidente da Câmara Árabe.
Além do ramo agropecuário, a entidade tem procurado promover negócios na área do turismo, não só para trazer turistas árabes ao Brasil, mas atrair investimentos para o setor. Ela mantém acordos de cooperação com os ministérios da Agricultura e do Turismo.
Sarkis ressaltou que um acontecimento que contribuiu para o aumento do comércio e abriu possibilidades de avanços nas relações econômicas foi a criação do vôo direto entre Dubai e São Paulo pela Emirates Airline, hoje com freqüência diária. “Isso facilitou a vida dos empresários e ampliou o conhecimento recíproco”, afirmou.