São Paulo – O comércio, o turismo e a confiança dos investidores na Jordânia estão sendo afetados pelo ambiente regional conturbado, com conflitos nos vizinhos Iraque e na Síria. Essa é uma das constatações de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na quarta-feira (18) à noite e feito por uma equipe de técnicos da organização, liderada por Kristina Kostial. O grupo esteve no país árabe entre os dias 13 e 17 de novembro.
A projeção de crescimento para a economia jordaniana é de 2,5% para este ano e de 3% no ano que vem. “A economia da Jordânia continua resistente em um ambiente regional difícil”, afirmou Kostial no material divulgado. A queda no preço dos combustíveis, em função dos baixos preços do petróleo, vem favorecendo algumas áreas da economia jordaniana. A inflação deverá cair 0,7% em 2015 e subir apenas 2% em 2016, com a estabilidade das cotações.
Mas as fracas exportações do país e o desempenho do turismo fizeram com que o déficit em conta corrente atingisse 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre do ano e também vão colaborar para que feche o ano em 11,5% do PIB. O percentual é inferior ao do ano passado, mas deve permanecer estável em 2016, de acordo com o FMI.
Kostial ressalta que as reservas internacionais do país estão em nível adequado, que o crédito do setor privado continua a melhorar e que os indicadores do setor bancário estão bons. A equipe do FMI discutiu com o governo como o país pode encontrar o equilíbrio para elevar o crescimento e o emprego, reduzir a dívida pública e o déficit em conta corrente.
O FMI sugeriu a resolução de alguns obstáculos de longa data no ambiente de negócios, com o acesso a financiamento e a promoção de reformas no mercado de trabalho. Foi apontada ainda a necessidade de criação de condições de concorrência igual para as empresa e redução gradual de juros de mora (sobre o atraso do pagamento de crédito) para as companhias.
“Ao mesmo tempo, é essencial que a comunidade internacional continue apoiando a Jordânia por meio de subsídios, incluindo ajuda para que o país arque com custos do acolhimento de refugiados sírios”, afirmou Kristina Kostial.