São Paulo – As exportações do Brasil para os países do Oriente Médio e da África cresceram em setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2011. Em agosto, elas haviam caído. De acordo com o resultado da balança comercial divulgado nesta segunda-feira (01) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em Brasília, a média diária das vendas ao Oriente Médio cresceu 10,8% e o total de setembro chegou a US$ 1,192 bilhão. Já para a África, a média diária avançou 6,9%.
As importações que o Brasil fez do Oriente Médio também cresceu: 84,2% e chegou a US$ 810 milhões. Mesmo assim, no acumulado do ano as exportações para a região registram queda de 11,2% e para a África, de 0,4%. Já as importações do Oriente Médio registram alta de 30,7% nos nove meses de 2012. Da África, a queda foi de 9,3% em relação ao acumulado de janeiro a setembro de 2011.
Ainda segundo o levantamento do MDIC, a alta nas vendas para o Oriente Médio em setembro foi resultado, principalmente, do aumento das remessas de carnes, cereais, farelo de soja, químicos inorgânicos, máquinas e equipamentos, siderúrgicos e animais vivos.
Já a alta nas remessas para a África foi impulsionada pelos bons resultados das exportações de açúcar, cereais, carne e etanol. As remessas em setembro ainda registraram alta de 61% para a Europa Oriental, de 4,8% para os Estados Unidos e de 2,3% para América Latina e Caribe. Por outro lado, caíram 18,2% as vendas para o Mercosul, 11,9% para a Ásia e 4,9% para a União Europeia.
No geral, o desempenho das exportações brasileiras em setembro somou US$ 19,999 bilhões, com média diária de US$ 1,053 bilhão, ou queda de 5,1% em relação a setembro de 2011 e 8,2% superior ao registrado em agosto. As importações em setembro somaram US$ 17,442 bilhões, com média de US$ 918 milhões, ou queda de 4,6% em relação a setembro de 2011 e alta de 10,2% em comparação com agosto deste ano. Em setembro, o superávit foi de US$ 2,557 bilhões, 16,8% menor do que o obtido em setembro de 2011.
Segundo os resultados apresentados pelo MDIC, apenas o grupo de produtos manufaturados teve crescimento de exportações em setembro em comparação com 2011. O aumento de 2,9% foi impulsionado, principalmente, pelas altas nas exportações de máquinas para produção de celulose, combustíveis, etanol, motores e geradores elétricos, suco de laranja não congelado, laminados planos de ferro ou aço, veículos de carga, açúcar refinado e automóveis de passageiros.
Entre os semimanufaturados, a queda nas exportações em setembro foi de 15,6% na comparação com setembro do ano passado. Entre os produtos com pior desempenho no período estão ouro em forma semimanufaturada, óleo de soja bruto, alumínio bruto, semimanufaturado de ferro/aço, açúcar bruto (13,3%), ferro-ligas (6,1%) e celulose (4,2%).
Entre os produtos básicos, as exportações em setembro caíram 7,9%. Ela foi provocada, sobretudo, pela redução de 41,5% nas venda de café em grão, 34,2% nas de minério de ferro e redução de 23,5% nas remessas de soja em grão. Entre os países, a China continua a ser o principal destino das exportações brasileiras, seguida pelos Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Japão.
Importações
Em setembro cresceram, também, as importações feitas pelo Brasil de países do Oriente Médio. A alta de 84,2% foi resultado do crescimento nas vendas de petróleo bruto, adubos e fertilizantes, químicos, máquinas e equipamentos, siderúrgicos, aeronaves e partes e alumínios e obras. Cresceram 5,5% as compras do Mercosul e 1% as importações da União Europeia. Mas as compras da África caíram 39,3%, as da América Latina e Caribe caíram 13,6%, as dos Estados Unidos 8%, da Europa Oriental 6,5% e da Ásia, 2,9%. Os cinco principais fornecedores do Brasil em setembro foram China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Coreia do Sul.
No acumulado do ano, a balança comercial brasileira continua a apresentar um desempenho pior do que o de 2011. De acordo com o levantamento do MDIC, entre janeiro e setembro deste ano o Brasil exportou US$ 180,597 bilhões, uma queda de 4,9% na comparação com igual período do ano passado. As importações, que somaram US$ 164,870 bilhões estão 1,2% menores do que as registradas entre janeiro e setembro de 2011. O superávit comercial até setembro somou US$ 15,727 bilhões, ou 31,8% menor do que no mesmo período de 2011.

