Agência Brasil
Rio – A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, apresentou ontem (04), na Rio Oil&Gás Expo and Conference, um esboço do modelo para o setor de gás a ser adotado no país, reafirmando o compromisso com a energia hídrica e propondo a adoção de um mercado secundário para o gás natural.
A idéia, que será discutida durante a elaboração definitiva da lei do gás, prevê a utilização do produto por empresas, a um preço mais baixo, sempre que o sistema elétrico do país estiver a salvo de riscos de abastecimento.
A idéia, segundo a ministra, é trabalhar o conceito de segurança no abastecimento e ao mesmo tempo adotando um conceito de modicidade tarifária. “Na verdade nós estamos fazendo um modelo para o gás que seja ao mesmo tempo flexível, mas que também combine com o modelo de geração elétrica atual, baseado no sistema hídrico”, disse.
Dilma Rousseff lembrou em sua palestra para empresários do setor de petróleo e gás que o que governo está propondo é a manutenção da preponderância hidrelétrica, que é a “nossa vantagem comparativa, sem se descuidar da diversificação da nossa matriz”.
Segundo a ministra, “essa relação hidrotérmica é a melhor forma de garantir a segurança do abastecimento do país aos menores preços possíveis”. Anunciou que para a definição do novo modelo, no entanto, o governo pretende chamar a discussão todos os agentes envolvidos no processo.
"A verdade é que não existe um modelo do gás no país. Então, a iniciativa é mais uma contribuição no sentido de ter uma proposta para as térmicas no Brasil", destacou.
Sobre a proposta de criação do mercado secundário de comercialização do gás no Brasil, a ministra disse que a idéia é aproveitar o fato de que o país adota prioritariamente um modelo hidrelétrico e, por isso mesmo, tem flexibilidade para adotar o mercado secundário.
"Ele vai beneficiar o industrial, vai gerar mais emprego e renda e, ao mesmo, tempo também beneficiar o consumidor final, que terá preços mais baixos: o industrial não precisará pagar um preço tão alto por uma reserva de gás. Você poderá dividir o custo com o mercado secundário", disse Dilma Rousseff, anunciando que hoje o consumo total de gás natural no Brasil é de 38,5 milhões de metros cúbicos diários. Em 2007 deverá chegar a 50 milhões e a 117 milhões por dia em 2010.