São Paulo – O Egito está investindo na produção de couro e pretende passar dos atuais US$ 200 milhões em exportações do produto ao ano para US$ 1 bilhão em 2020, segundo notícia publicada no site Gulf News nesta quinta-feira (24), com base em informações da Reuters. A meta de aumento foi estabelecida pelo Ministério da Indústria e Comércio do Egito.
O país está construindo a Robbiki Leather City, uma zona industrial voltada ao segmento, nas proximidades do Canal de Suez, na cidade de Badr, que fica ao leste do Cairo, a capital do país. Até meados do ano que vem o local deverá abrigar toda a cadeia de suprimento do setor, desde o abate de animais até a produção de couro acabado.
De acordo com o presidente da empresa Cairo for Investment and Development, Mohamed El Gohary, os investidores estrangeiros podem começar a comprar espaços em Robbiki em 2018. A companhia será responsável por comercializar terrenos na zona e o executivo conta que há forte interesse de empresas italianas.
Cerca de 220 curtumes instalados no Egito serão transferidos para Robbiki. O governo vai pagar a mudança da maquinaria, construir habitação subsidiada para trabalhadores e facilitar a concessão de empréstimos com juros baixos para empresas interessadas em expansão. O curtume Al-Rowad, um dos maiores do país, completa sua transferência no próximo mês e pretende triplicar as exportações.
De acordo com informações publicadas no site da Indústria e Comércio do Egito no final de julho, mais de 20 unidades produtivas já haviam sido alocadas na Robbiki Leather City na época e metade tinha previsão de início das operações até final de agosto. O Ministério informa que todas as empresas da área de Magra Al-Oyoun, da cidade antiga do Cairo, serão transferidas para a zona industrial até o começo do ano que vem.
Projetos como o da cidade do couro fazem parte da estratégia do governo de voltar a atrair investimentos externos. O país recebeu US$ 8,7 bilhões em investimento estrangeiro direto em doze meses até junho, acima dos US$ 6,9 bilhões do período imediatamente anterior. Para o próximo ano fiscal, começado em julho, a meta é receber US$ 10 bilhões.
O país árabe passou a perder investimentos estrangeiros após as revoltas políticas de 2011, mas depois de um acordo feito com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no final do ano passado, o Egito liberou a flutuação da sua moeda. O objetivo foi justamente atrair mais capital estrangeiro.