São Paulo – Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirma que os países em desenvolvimento fizeram progressos significantes para reduzir pela metade a proporção de pessoas com fome. A meta para 2015 foi acordada como parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e até outubro deste ano 62 países já a atingiram, sendo que outros seis estão a caminho de alcançá-la, segundo a FAO.
Entre as nações que atingiram as metas está o Brasil. O número de famintos caiu em cerca de dez milhões de pessoas em vinte anos, de 1992 a 2013, de 22,8 milhões de pessoas para 13,6 milhões de pessoas. A base para a contagem é de 1990 e o objetivo das Nações Unidas é que a redução ocorra até 2015. O Brasil, de acordo com a FAO superou os 54%, já que em 1990, 15% dos brasileiros passavam fome. Hoje eles somam 6,9% dos habitantes.
O documento da organização mostra que houve redução no mundo da quantidade de pessoas que passam fome. O número de cidadãos com fome crônica no período de 2011 e 2013 era de 842 milhões, aproximadamente uma em cada oito. A quantidade é menor do que os 868 milhões do período 2010-2012, segundo o estudo “Situação de Insegurança Alimentar no Mundo”, publicado pela FAO, pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Ifad) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
De acordo com o levantamento, dos famintos, apenas 15,7 milhões vivem em países desenvolvidos. Os demais estão em nações em desenvolvimento. A FAO afirma que o crescimento econômico das regiões em desenvolvimento melhorou a renda e o acesso à alimentação. A maior disponibilidade de alimentos a organização atribui ao crescimento da produtividade agrícola, favorecido pelo maior investimento público e interesse de investidores privados no segmento. Também a remessa do dinheiro de migrantes ajudou.
A maior parte dos que passam fome está no Sul da Ásia, onde são 295 milhões de pessoas, seguida pela África Subsaariana, com 223 milhões de famintos, e Ásia Oriental, com 167 milhões. Segundo a FAO, a África Subsaariana teve apenas um progresso modesto nos últimos anos. Regiões como Sul da Ásia e Norte da África tiveram avanços lentos. Não houve progresso na Ásia Ocidental e ocorreram reduções mais substanciais na Ásia Oriental, Sudeste da Ásia e América Latina. De acordo com a organização, se o declínio anual das regiões em desenvolvimento seguir, será atingido nível próximo do proposto para o combate à fome.