São Paulo – Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, inaugurou no domingo (17), a maior usina de energia solar concentrada (CSP, na sigla em inglês) do mundo. A principal diferença em relação às usinas comuns é que esta tecnologia permite gerar energia em dias nublados e à noite. O parque de Shams1, no deserto de Madinat Zayed, a 120 quilômetros de Abu Dhabi, irá gerar 100 mil Megawatts (MW) de energia elétrica, o suficiente para abastecer 20 mil residências.
O projeto consumiu US$ 600 milhões em investimentos em três anos e ocupa uma área de aproximadamente 285 campos de futebol. Segundo a estatal francesa de energia Total, uma das acionistas do empreendimento, se esta usina produzisse eletricidade a partir de combustíveis fósseis, iria liberar 175 mil toneladas de dióxido de carbono na atmosfera todos os anos.
A Total é dona de 20% da empresa Shams, que administra a usina solar. A espanhola Abengoa é dona de outros 20%. O principal acionista do negócio é a Masdar, empresa de energia limpa dos Emirados, que tem 60% da Shams.
A tecnologia de energia solar concentrada utilizada nesta usina permite produzir eletricidade até quando não há sol. Diferentemente de outros parques solares, o de Madinat Zayed capta o calor do sol, que aquece um tubo cheio de óleo. Esse óleo aquece outro tubo, com água. A água evapora e movimenta uma turbina que, por sua vez, gera energia elétrica.
O diretor presidente da Masdar, Sultan Ahmed Al Jaber, afirmou que a inauguração de Shams1 representa um avanço no desenvolvimento de energia sustentável no Oriente Médio. O diretor executivo da Abengoa, Santiago Seage, disse que os Emirados Árabes têm metade do potencial mundial de energia renovável e que esta usina poderá incentivar outros países da região a “seguir o exemplo” de Abu Dhabi. O CEO da Total, Christophe de Margerie, disse que este foi o maior passo já feito no processo de transformação de energia do sol na região.