São Paulo – As exportações brasileiras de carne bovina renderam US$ 501 milhões em março, um aumento de 22% sobre fevereiro. Foram embarcadas 125 mil toneladas, um crescimento de 20% na mesma comparação. Em relação a março do ano passado, quando as vendas externas somaram US$ 517 milhões, houve um recuo de 3% no faturamento. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
“Os resultados positivos registrados em março demonstram a força da indústria brasileira de carne bovina e seu potencial como exportadora. Os dados confirmam que a operação policial, desencadeada em 17 de março, não foi capaz de afetar substancialmente a média das exportações, até porque muitos mercados que interromperam as negociações após a notícias veiculadas, reabriram rapidamente, demonstrando confiança na carne bovina brasileira”, disse o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli, em nota divulgada pela entidade.
A operação da Polícia Federal denominada Carne Fraca investiga suspeitas de irregularidades em frigoríficos e na atuação de fiscais do Ministério da Agricultura.
A associação minimizou o impacto nas exportações de março em comparação com o mesmo mês de 2016, dizendo que a queda no faturamento “foi de apenas 3%”. Em volumes, porém, os embarques no mês passado recuaram 10,7% em relação a março de 2016, quando foram exportadas 140 mil toneladas.
Em alguns mercados a redução foi mais sensível. O Egito, por exemplo, importou 4,4 mil toneladas em março de 2017, ante 23 mil no mesmo mês do ano passado. Este foi um dos países que chegou a suspender as importações do Brasil após a deflagração da Carne Fraca, mas posteriormente anunciou a reabertura do mercado. Normalmente o Egito figura nas primeiras posições entre os importadores de carne brasileira, mas no mês passado ficou na 9ª colocação.
A Arábia Saudita, pelo contrário, aumentou suas importações de 3 mil toneladas em março de 2016 para 6,5 mil toneladas no mesmo mês deste ano, e as receitas geradas saltaram de US$ 11 milhões para US$ 26,7 milhões na mesma comparação. O país proibiu as compras apenas de alguns dos frigoríficos investigados, e na semana passada uma delegação da Autoridade Saudita de Alimentos e Drogas (SFDA, na sigla em inglês) esteve no Brasil para visitas técnicas.
“Nos próximos meses, continuaremos focados em assegurar e ampliar a nossa presença em mercados estratégicos e iniciar negociações com novos países”, acrescentou Camardelli, segundo comunicado.