Alexandre Rocha
São Paulo – As exportações do agronegócio brasileiro aos países árabes somaram US$ 524,5 milhões em agosto, um crescimento de 21,2% em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, os embarques renderam US$ 2,622 bilhões, 16,6% a mais do que nos primeiros oito meses de 2005.
Vários países árabes melhoraram de posição no ranking dos principais importadores do agronegócio brasileiro, como o Egito, que passou da 18ª posição para 16ª, os Emirados Árabes Unidos, que foi da 20ª para a 19ª, a Argélia, que saiu da 27ª e foi para a 26ª, o Iêmen, que subiu da 37ª para a 32ª, e o Líbano, que subiu da 66ª para a 46ª.
“O Brasil cada vez mais se firma como um dos principais celeiros do mundo e isto, junto com uma maior aproximação com os países árabes, tem se refletido nos números das exportações do agronegócio para a região”, comentou o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr.
Os números fornecidos pelo Ministério da Agricultura mostram que as vendas ao Oriente Médio e Norte da África continham a crescer mais do que o geral nacional. No mês, as exportações totais do setor cresceram 18% e chegaram a US$ 5,1 bilhões e, no acumulado do ano, elas aumentaram 10,9% e renderam US$ 31,774 bilhões.
Os principais produtos agropecuários exportados para os países árabes nos primeiros oito meses do ano foram açúcar, carne bovina, frangos, complexo soja (farelo, grãos e óleo) e café. Dentre estes produtos, as vendas de açúcar, carne bovina e soja em grãos tiveram aumento acentuado. Houve redução nas exportações de café e frangos. Em agosto, no entanto, os embarques de frangos inteiros para a região cresceram, assim como os de café verde.
Outros produtos
Sarkis acredita, porém, que há espaço para ampliar as vendas de outros produtos, como é o caso das frutas e dos sucos naturais e do algodão. “Os árabes são grandes importadores de produtos agropecuários”, lembrou.
No caso do algodão, por exemplo, ele disse que a Câmara Árabe está tentando viabilizar, junto aos governos de alguns países da região, visitas de técnicos da área agrícola para conhecer a produção nacional e possibilitar a abertura dos mercados. O Egito, por exemplo, é um grande produtor e exportador de algodão de fibras longa e extralonga, destinadas à confecção de itens da alta qualidade, mas importa algodão de fibra curta para fabricar mercadorias mais simples, como camisetas.
Outro produto que começa a ter novas oportunidades no mercado árabe é próprio frango, apesar da redução mundial do consumo ocasionada pelo medo da gripe aviária. Embora o Oriente Médio já seja um dos principais destinos do frango brasileiro, o Egito, o país mais populoso da região, quase não importava. O governo egípcio, porém, liberou a importação da ave e zerou as tarifas por causa da proibição da criação local em função da doença. Em setembro, grandes quantidades de frango brasileiro começaram a desembarcar nos portos do país.
De janeiro a agosto, os principais destinos dos produtos agropecuários brasileiros no mundo árabe foram a Arábia Saudita (US$ 536,5 milhões), Egito (US$ 524,2 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 407,7 milhões), Argélia (US$ 237,6 milhões) e Marrocos (US$ 200,7 milhões). Os países que mais cresceram como destinos foram Dijibuti (US$ 5,3 milhões, mais 248%), Iraque (US$ 48,3 milhões, mais 212%), Sudão (US$ 18,5 milhões, mais 112%), Somália (US$ 45,9 milhões, mais 95%) e Líbano (US$ 104 milhões, mais 61,7%).