São Paulo – O crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) dos países da América Latina e do Caribe em 2013 deverá ser de 3,5%. Em 2012, foi de 3%. De acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Regionais para o Hemisfério Ocidental, divulgado nesta segunda-feira (06) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), as economias da região irão se beneficiar de uma grande demanda externa, condições de financiamento favoráveis e de resultados positivos em decorrência de políticas econômicas adotadas anteriormente.
Apesar de projetar um ano de crescimento, o Fundo alerta que os países latinos, em especial o México e os da América Central, podem ser prejudicados por um baixo crescimento dos Estados Unidos. Todas as nações da América Latina podem ser afetadas por uma “repentina” dificuldade em obter financiamento ou por queda na demanda asiática de commodities, especialmente da China.
“A grande demanda das economias emergentes asiáticas e uma gradual recuperação econômica nas economias avançadas continuarão a sustentar os preços das commodities, beneficiando os exportadores. Entretanto, a mudança destes ventos favoráveis em algum momento no futuro continua a representar um risco. Neste contexto, o principal desafio para a maior parte da região é obter vantagem por meio das atuais condições favoráveis para construir uma base sólida para o crescimento sustentado”, afirma o documento do Fundo.
O relatório observa que em 2012 o crescimento na região foi “moderado” e chegou a 3%, após ter crescido, em média, 4,5% em 2011. A desaceleração foi maior nas grandes economias da região, como no Brasil, que cresceu 7,5% em 2010, 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. A queda no crescimento foi provocada pelo declínio do investimento privado e por “incertezas” sobre a condução da política econômica.
Ainda sobre o Brasil, o FMI observou que a economia do País sofreu uma “brusca” desaceleração em 2012, apesar de medidas de estímulo. “Altos custos trabalhistas, gargalos de infraestrutura e incertezas [sobre a condução de] políticas domésticas pesaram sobre a confiança das empresas e o investimento privado. Indicadores atuais mostram que o fortalecimento da atividade [econômica] e o crescimento do investimento tornaram-se positivos no último trimestre de 2012”, afirma o relatório.
Outras economias latino-americanas tiveram uma desaceleração mais suave do que a brasileira porque foram sustentadas basicamente pelo aumento da renda e facilidade em obtenção de financiamento. O Chile e o Peru foram beneficiados pelos investimentos estrangeiros. Já o crescimento econômico do México, que foi “dinâmico” no começo de 2012, perdeu vigor no fim do ano devido à desaceleração na produção industrial dos Estados Unidos.
O relatório recomenda que os países da região façam reformas que permitam aumentar a sua produtividade e seu potencial de crescimento. Devem promover o fortalecimento do sistema financeiro e equilibrar os balanços em conta corrente. O documento também sugere que à medida que investidores globais investem mais nos países latino-americanos, seus governos devem aumentar a regulamentação da economia.
O FMI prevê que em 2013 o PIB do Brasil irá crescer 3%, o do Chile, 4,9%; o da Venezuela, 0,1%; o do Peru, 6,3%; o da Colômbia, 4,1%; e o da Argentina, 2,8%. A previsão para o México é de crescimento de 3,4%, e para os Estados Unidos, de 1,9%.