São Paulo- O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quarta-feira (26) que deverá liberar US$ 303,8 milhões à Tunísia até o fim de setembro. O empréstimo é parte de um acordo assinado em 2013, estendido até o fim deste ano, que prevê a liberação de até US$ 1,68 bilhão em etapas. Os repasses são condicionados à avaliação periódica da economia tunisiana, que até agora recebeu US$ 1,15 bilhão do total. A próxima revisão deverá ser feita até o final do mês que vem e, ao fim dela, o dinheiro será liberado.
Nesta quarta-feira, o FMI divulgou também uma análise que faz anualmente sobre as contas do país árabe e afirmou que as autoridades tunisianas estão comprometidas em fazer a economia crescer de forma “sustentada”.
Comunicado do Fundo assinado pelo chefe da missão do FMI na Tunísia, Amine Mati, afirma que o país cresceu 2,4% em 2014, porém, não terá o mesmo desempenho neste ano devido aos atentados terroristas ocorridos em Túnis e em Sousse no primeiro semestre e às tensões sociais que ainda atingem a nação.
Os ataques atingiram em cheio o turismo, uma das atividades econômicas mais importantes para o país, e reduziram os benefícios que a Tunísia poderia obter com o fortalecimento das instituições após a transição política, com a queda no preço do petróleo e com a recuperação da Zona do Euro, sua principal parceira comercial.
Ao fim deste ano, a Tunísia deverá registrar déficit em conta corrente equivalente a 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e suas reservas internacionais deverão ser suficientes para garantir as importações por quatro meses. Além disso, a inflação de manterá baixa por causa de preços baixos nos setores de energia e alimentos, e em razão de uma “política monetária prudente”.
O documento do Fundo afirma que as autoridades tunisianas estão implantando medidas de fortalecimento da economia, como a redução dos subsídios ao setor de energia e a reforma do sistema bancário. O Fundo alerta, porém, que o país precisa reformar seu sistema tributário de forma a torná-lo mais eficiente, transparente e justo. Além disso, o documento observa que um dos maiores desafios é reduzir a taxa de desemprego, atualmente em 15,2%.