São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta segunda-feira (02) a aprovação de um empréstimo de US$ 16,78 milhões para a Mauritânia. O desembolso faz parte de uma Linha de Crédito Ampliado criada em 2010 com duração de três anos. A nova parcela eleva o total liberado para US$ 83,89 milhões, segundo o Fundo.
Esse tipo de empréstimo, em inglês Extended Credit Facility, é destinado a países pobres e tem condições especiais, como regras de concessão mais flexíveis e taxa de juro zero. O valor total do acordo com a Mauritânia é de US$ 117,4 milhões.
O FMI anunciou ainda a conclusão do quarto relatório sobre a Mauritânia feito sob a vigência do convênio. A vice-diretora gerente do Fundo, Nemat Shafik, disse, segundo comunicado, que o desempenho nacional foi positivo em 2011, com a adoção de políticas fiscais e relativas ao setor externo que fizeram com que a economia resistisse a uma forte seca, à queda na demanda internacional e aos preços altos de alimentos e combustíveis. O país depende da exportação de commodities.
Shafik ressaltou, porém, que a geração de empregos foi limitada. Para este ano, o Fundo julga “apropriado” o relaxamento da política fiscal para combater os efeitos da seca, mas recomenda a redução dos gastos quando a estiagem passar para garantir a “sustentabilidade fiscal”.
A executiva destaca o esforço das autoridades locais em busca da consolidação fiscal no médio prazo e destaca como “componente central desta estratégia” a substituição de subsídios sobre os preços dos produtos por uma “rede de segurança social bem focada”.
Para reduzir a instabilidade fiscal, o FMI recomenda diminuir a exposição do país à volatilidade dos preços das commodities por meio da criação de um fundo para gerir o faturamento das exportações, especialmente do ramo de mineração, pela ampliação da cobrança de impostos em outros setores e pela busca de receitas com a exploração de mais recursos naturais.
“Reformas estruturais para gerar empregos, reduzir a pobreza e diversificar a economia para além das commodities são cruciais”, disse Shafik.