São Paulo – O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global deverá acelerar de 3,1% em 2016 para 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018, de acordo com o relatório Perspectivas da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição aumentou em 0,1 ponto percentual a previsão para este ano em relação à projeção anterior, feita em janeiro.
Segundo o Fundo, o cenário no mercado financeiro é dinâmico e está em andamento uma recuperação da indústria e do comércio “há muito esperada”, o que permite antever a aceleração da economia global este ano e no próximo. O FMI alerta, porém, para o risco de adoção de medida protecionistas por parte de países desenvolvidos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é partidário de medidas do gênero.
Nos países emergentes e em desenvolvimento é esperada uma melhora nas condições macroeconômicas, em parte sustentada por alguma recuperação dos preços das commodities no mercado internacional, no caso das nações exportadoras destes produtos. Há expectativa também de crescimento significativo em países importadores de commodities, principalmente a China.
Entre as nações desenvolvidas, o crescimento deverá ser puxado pelos Estados Unidos, de acordo com o FMI. Há melhoria também nas previsões para a Europa e Japão.
Para o Brasil, o Fundo prevê crescimento de 0,2% este ano e de 1,7% no próximo, contra queda de 3,6% em 2016. A projeção para 2017 permaneceu igual à divulgada em janeiro, mas a estimativa para 2018 foi ampliada em 0,2 ponto percentual.
A instituição avalia que o País saíra da recessão e sua recuperação será sustentada na redução das incertezas políticas, afrouxamento da política monetária e progresso na agenda de reformas.
Para o bloco que engloba o Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão, o FMI prevê crescimento de 2,6% em 2017 e de 3,4% em 2018, ante avanço de 3,9% em 2016. A projeção para este ano foi revista para baixo em 0,5 ponto percentual em relação à estimativa de janeiro, e a do próximo ano em -0,1 ponto percentual.
Há perspectiva de redução do crescimento entre as nações exportadoras de petróleo em função do acordo de corte de produção entre membros e não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Além disso, os conflitos na região seguem afetando a atividade econômica.
A Arábia Saudita, maior economia da região, deverá crescer 0,4% este ano e 1,3% no próximo, ante 1,4% em 2016. Além da redução na produção de petróleo, decorrente do acordo da Opep, o baixo crescimento previsto para 2017 se deve a políticas de ajuste fiscal.