São Paulo – As autoridades palestinas conseguiram administrar o orçamento do país, assim como a queda nas doações nos últimos anos, porém a Palestina ainda sofre com a falta de recursos, com o elevado desemprego e com a baixa arrecadação. Estas são as conclusões da avaliação sobre a economia local feitas por técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgadas nesta quinta-feira (11) por meio de um comunicado. O documento é assinado pelo chefe da delegação do Fundo que se reuniu com as autoridades locais entre os dias 03 e 11 de fevereiro, Christoph Duenwald.
O Fundo prevê que a economia consolidada dos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia deverá crescer 3,3% neste ano, com uma expansão de aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Faixa de Gaza e abaixo de 3% na Cisjordânia.
Para os próximos anos, o Fundo projeta um crescimento conjunto de 3,5% do PIB, que não serão suficientes para conter o desemprego nem elevar a renda da população. Além disso, as incertezas e as restrições impostas por Israel, diz o documento, dificultam o crescimento da atividade econômica. O FMI prevê que Gaza só alcançará o mesmo nível de desenvolvimento que tinha antes dos conflitos de 2014 daqui a dois anos.
No documento, Duenwald afirma que os palestinos conseguiram administrar seus poucos recursos financeiros em um ano de “acentuada” queda de doações, mas que devido a este momento, o país ainda tem uma elevada dívida pública e registrou atrasos nos pagamentos.
“Assumindo-se que a quantidade de doações se mantenha nos mesmos patamares de 2015, a equipe do Fundo estima que faltarão US$ 500 milhões para completar o orçamento. Para evitar que os atrasos (de pagamentos) se acumulem, as autoridades foram aconselhadas a adotar medidas que reduzam este déficit, como conter o aumento dos salários dos servidores a menos de 2%. Como estas medidas não serão suficientes para conter o déficit previsto, ampliar as doações será fundamental durante o ano”, afirma Duenwald no comunicado.
O Fundo afirma que as autoridades devem estar preparadas para socorrer o sistema bancário, se for preciso. E reconhecem, por outro lado, que a recente aprovação de uma lei de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo mostram que o país está comprometido em evitar riscos à sua economia e a aderir às melhores práticas econômicas.