São Paulo – Reformas estruturais da economia colocadas em prática pelo governo do Marrocos estão fazendo o país reduzir seu déficit orçamentário, gerar empregos e crescer. No entanto, de acordo com um documento divulgado na quarta-feira (04) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o país do Norte da África ainda tem desafios. Reduzir as desigualdades sociais, ampliar a qualidade da educação e dos serviços de saúde, assim como ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho são alguns deles.
Uma delegação do Fundo esteve no Marrocos entre 21 de outubro e quarta-feira (04), período em que se reuniu com as autoridades locais. Segundo o Fundo, o Marrocos deverá encerrar 2015 com um crescimento de 4,7% de Produto Interno Bruto (PIB), devido, principalmente, a uma boa safra no agronegócio. A inflação está baixa, assim como a concessão de crédito, que precisa crescer. No documento divulgado pelo Fundo, o chefe da delegação do FMI, Nicolas Blancher, observa que o crescimento de outros setores além do agronegócio é pequeno.
Um dos motivos é a lenta recuperação da Europa, continente com o qual o Marrocos mantém intensas relações comerciais. Espanha e França são dois dos seus maiores parceiros de negócios. Este não é o único desafio. O país deverá encerrar 2015 com o déficit orçamentário dentro dos 4,3% do PIB projetados e reduzi-lo a 3,5% no próximo ano. Mesmo assim, precisa continuar a implantar reformas fiscais, reduzir subsídios, reestruturar o sistema de aposentadorias e tornar a arrecadação de impostos mais “eficiente e justa”.
“Olhando adiante, os esforços para melhorar o ambiente de negócios, transparência e governança serão essenciais para garantir competitividade externa. Apoiamos o empenho para promover a inclusão financeira e acesso ao crédito, especialmente para micro, pequenas e médias empresas”, afirmou Blancher no comunicado. A previsão do Fundo é que o PIB do próximo ano cresça menos, aproximadamente 3%, e se expanda moderadamente nos anos seguintes para 5%.
O principal foco destas reformas, na avaliação do Fundo, é garantir que a economia do Marrocos seja mais resistente a “choques externos” e permita que sejam feitos investimentos em infraestrutura, saúde, educação e proteção social, “essenciais para elevar o potencial econômico e a inclusão”.