Da redação*
São Paulo – A frota da companhia Emirates Airline, dos Emirados Árabes Unidos, deverá ter mais de 450 aeronaves em 2020. A afirmação é de Ahmad Bin Saeed Al Maktoum, presidente do Departamento de Aviação Civil de Dubai e CEO do Emirates Group, conglomerado que controla a empresa aérea. As informações foram publicadas ontem (22) no site do jornal Gulf News, de Dubai.
A Emirates quer aumentar sua frota de aeronaves dos atuais 115 para 200 até 2012, para acompanhar a expansão de suas rotas e aumentar a quantidade de vôos. Ainda este ano, 22 novos aviões deverão ser entregues à companhia. No momento, a empresa aguarda a entrega de um total de 243 aeronaves, com valor estimado em US$ 60 bilhões.
"A Emirates vem dobrando de tamanho a cada três ou quatro anos desde que foi fundada. Eu acredito que vamos manter esse ritmo de crescimento", disse Al Maktoum durante uma sessão da Cúpula do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês).
O vice-presidente da Emirates, Maurice Flanagan, afirmou que a linha aérea poderia ter até 600 aeronaves em 2020, mas que a meta foi fixada em 450 porque o Aeroporto Internacional de Dubai não suportaria uma expansão dessa ordem.
A localização estratégica do emirado de Dubai ajudou a linha aérea a crescer rapidamente, disse Al Maktoum, que também é presidente da Dubai Airports, organização que administra as instalações aeroportuárias do emirado. Ele disse que o Aeroporto Internacional deverá receber 40 milhões de passageiros este ano, um aumento de 16,5% em relação a 2007. O aeroporto está passando por obras de expansão avaliadas em 15 bilhões de dirhans (US$ 4 bilhões), sempre segundo o Gulf News.
Entre as aeronaves encomendadas pela Emirates estão 58 jatos Airbus A-380, o Superjumbo, que a linha aérea pretende utilizar em vôos de curta e longa distância. "As aeronaves poderão voar em qualquer uma de nossas rotas", disse Al Maktoum.
Ele afirmou que a Emirates acredita na viabilidade comercial do A-380, que tem capacidade para 555 passageiros em uma configuração de três classes, e acrescentou que a companhia ajudou a "definir a aeronave" antes de seu lançamento. "Talvez compremos ainda mais A380s. É uma aeronave excelente", concluiu.
Aviões mais caros
De acordo com Al Maktoum, a alta nos preços do petróleo é motivo de preocupação para a Emirates. Ainda assim, ele garante que o desempenho da empresa no ano fiscal 2007-2008 foi "bom". Os resultados devem ser anunciados em breve.
A fabricante de aviões Airbus, sediada na França, está aumentando o preço de suas aeronaves em virtude do baixo valor do dólar e do alto custo dos metais. A empresa, segundo o Gulf News, informou que, a partir de primeiro de maio o A-380, que hoje custa US$ 327 milhões, passará a custar US$ 4 milhões a mais.
Modelos de avião com um único corredor, como o A-320, hoje vendido por US$ 77 milhões, terão um aumento de US$ 2 milhões no preço. De acordo com o chefe do departamento de vendas da Airbus, John Leahy, a fabricante tem que acompanhar os preços do mercado mundial.
Airbus no Oriente Médio
Segundo projeções da Airbus, a linhas aéreas do Oriente Médio deverão adquirir no mínimo 100 novas aeronaves ainda este ano, o que representa uma forte redução no número de pedidos em comparação com 2007. Companhias da região encomendaram 344 aviões em 2007.
Em novembro do ano passado, somente a Emirates Airline encomendou 140 aeronaves das fabricantes Airbus e Boeing em uma feira para o setor de aviação. Na mesma feira, a Qatar Airways encomendou 27 aeronaves Boeing modelo 777, e a linha aérea saudita de baixo custo Nasair encomendou 20 aviões Airbus modelo A3-20.
"Os pedidos este ano deverão ser superiores a 100 aeronaves, mas não será como no ano passado, que foi um ano excepcional", disse o presidente da Airbus para o Oriente Médio, Habib Fekih.
A previsão da Airbus para os próximos 20 anos é de que 24 mil aviões sejam adquiridos no mundo todo. Desse total, 1,6 mil serão comprados por países do Oriente Médio. Fekih afirmou que a Airbus detém 60% do mercado da região e pretende manter essa posição.
A companhia está negociando novos pedidos junto a diversas empresas, entre elas a nova linha aérea de baixo custo de Dubai e a Etihad Airways, também dos Emirados. Fekih disse, no entanto, que não espera novos pedidos da Emirates Airline para este ano, ainda segundo o site do Gulf News.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum