São Paulo – Diante da crise que o mundo enfrenta e que vem causando aumento vertiginoso do preço dos alimentos, o governo do Egito anunciou nesta semana uma série de medidas para a proteção social da população. Em coletiva de imprensa na sede do Conselho dos Ministros do Egito, o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly (foto acima), disse que o governo reviu o orçamento priorizando os programas sociais.
O orçamento foi alterado pelo Ministério das Finanças para acomodar a alta dos preços dos alimentos e produtos básicos, apoiar programas da proteção social e aumentar salários e aposentadorias. O governo anunciou aumento de salários e aposentadorias, com custo de 16 bilhões de libras egípcias para o governo (US$ 920 milhões pela conversão atual), e mudança da isenção de imposto de renda para faixas salariais maiores.
Também foram adicionadas 450 mil novas famílias ao Programa Solidariedade e Dignidade, com um custo anual adicional de 2,4 bilhões de libras egípcias (US$ 138 milhões). O governo ainda disponibilizou uma reserva do orçamento do próximo ano, no valor de 130 bilhões de libras (US$ 7,4 bilhões), para enfrentar as repercussões e custos caso a crise internacional atual se prolongar. O valor será usado para diminuir o peso sobre os cidadãos.
Incentivos para a indústria
O governo egípcio também tomou medidas para incentivar a indústria e movimentar a produção, pois o preço do dólar ficará fixado no valor de 16 libras egípcias para os produtos básicos e suprimentos da produção até o fim do próximo mês de abril. Quando o mês terminará, será realizada uma reavaliação da situação.
O primeiro-ministro anunciou que o Ministério das Finanças arcará com o imposto de imóveis por três anos nos setores industriais. Isso terá um custo 4 bilhões de libras egípcias (US$ 230 milhões). Segundo Madbouly, será apresentado estímulo para a Bolsa de Valores do Egito na próxima reunião do Conselho de Ministros.
Mostafa Madbouly
A conferência de imprensa dada pelo primeiro-ministro do Egito teve a presença de Tarek Amer, presidente do Banco Central do Egito, Mohamed Maait, ministro das Finanças, Nevin Al-Qabbaj, ministra da Solidariedade Social, e o major general Jamal Awad, presidente da Autoridade Nacional da Segurança Social.
O primeiro-ministro enfatizou que o governo egípcio e todos os órgãos do país continuarão a seguir o rumo da transparência e sinceridade para com o povo egípcio em relação a medidas para lidar com as grandes crises globais como a que está sendo enfrentada. Ele lembrou que a crise afeta todas as economias do mundo e que os países vêm tomando medidas, dentro de suas políticas monetárias e financeiras, para lidar com a situação.
Para manter benefícios do crescimento
Madbouly falou que o Egito conseguiu enfrentar a pandemia de covid-19 com sucesso, absorvendo e aguentando grandes desafios com alta competência. Ele lembrou que o Egito foi um dos poucos países do mundo a alcançar taxa de crescimento econômico positivo, apesar das dificuldades impostas pela pandemia.
Ele disse que após a crise do coronavírus começou uma grande onda de inflação e confusão nas cadeias de abastecimento, e os custos da transportes de mercadorias aumentaram muito, seguidos pela crise da Rússia e Ucrânia. Ele afirmou que pressão inflacionária ocorre no mundo todo, em números não vistos há muitos anos.
Madbouly salientou que não se sabe quando a crise mundial atual vai acabar, o que exige colocar todos os cenários em consideração, entre eles os pessimistas, o que resultou na reformulação das políticas monetárias e financeiras do Egito. Ele disse que o Conselho Coordenador das Políticas Monetárias e Financeiras tomou as medidas necessárias para que Egito consiga preservar os ganhos econômicos alcançados, levando em consideração a proteção social.
*Traduzido do árabe por Ahmed El Nagari