Túnis – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse hoje (29), em Túnis, que o governo resolveu voltar atrás ontem na decisão de passar a exigir licença prévia para importações por causa da "histeria" que a medida causou e da pressão dos importadores.
"Como houve muita pressão dos importadores – que se sentiram prejudicados por uma medida de 48 horas, que ainda não havia surtido efeito -, e o poder de mídia, voltamos atrás", disse ele, durante entrevista coletiva realizada na capital tunisiana. O ministro lidera esta semana uma missão empresarial ao Norte da África.
Segundo Jorge, ocorreu uma "histeria" sobre uma medida que tinha o objetivo de "apenas fazer uma revisão das estatísticas para que o governo pudesse acompanhar melhor as exportações e importações".
O governo havia reinstituído a obrigatoriedade da licença prévia para importação, instrumento que na prática permite controlar a entrada de produtos no país. Essa medida foi utilizada durante a ditadura militar e nos anos 80, quando a economia brasileira era bastante fechada.
Jorge alegou que a medida havia sido tomada por motivo técnico: uma disparidade entre as estatísticas sobre importações do Ministério do Desenvolvimento e do Ministério da Fazenda. O ministro ressaltou que achava a ação correta, mas que o voltou atrás e agora vai estudar outras maneiras de acompanhar o fluxo comercial brasileiro com clareza "sem que haja histeria no mercado".