São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta terça-feira (16) que precisa de US$ 702 milhões para ajudar 7,7 milhões de pessoas no Iêmen, de acordo com comunicado divulgado no site brasileiro da instituição. Os recursos, segundo a ONU, são necessários para fornecer alimentos, água potável, atendimento médico e outros serviços.
De acordo com a organização, após dois anos de instabilidade, o país está “perto de um colapso” nos serviços básicos. O Iêmen foi um dos países diretamente atingidos pela chamada Primavera Árabe, a partir de 2011. Levantes populares e enfrentamentos civis resultaram na renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh no início do ano passado, após mais de três décadas no poder.
O Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) informou que até agora só recebeu 38% do financiamento previsto no Plano de Resposta Humanitária para o Iêmen em 2013, e que as iniciativas de ajuda no país estão sendo afetadas.
Também nesta terça-feira, o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) informou que 12 mil refugiados da Somália estão recebendo ajuda mensal em dinheiro e alimentos na vizinha Etiópia.
“O dinheiro permite que refugiados diversifiquem mais a alimentação e possam comprar leite, legumes ou macarrão diretamente do mercado local”, afirmou o diretor do PMA na Etiópia, Abdou Dieng, de acordo com o site brasileiro das Nações Unidas.
Segundo o programa, os refugiados do campo de Sheddar, próximo a Jijiga, capital da região somali da Etiópia, no leste do país, recebem 13,9 quilos de alimentos por mês e 100 birres etíopes por pessoa, o que equivale a US$ 5,30. O PMA informou ainda que mais 13 mil refugiados começarão a receber dinheiro na mesma região em outubro.
As ações fazem parte de uma iniciativa realizada em parceria pelo PMA, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o governo etíope e a Comissão Europeia de Ajuda Humanitária e Proteção Civil. A última organização contribuiu com US$ 1,3 milhão para o projeto piloto que vai até dezembro.
Patrimônio sírio
Ainda na seara da ONU, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) condenou a violência e a depredação de monumentos considerados Patrimônio Mundial da Humanidade, título concedido pela entidade, na Síria.
De acordo com a Radio ONU, a diretora-geral do órgão, Irina Bokova, citou como exemplo o Crac des Chevaliers, na Síria, conjunto de dois castelos construídos dos séculos 11 ao 13, durante as Cruzadas. Ela apresentou fotos mostrando danos ao sítio.
A diretora pediu o fim das depredações e que as partes envolvidas no conflito civil sírio protejam o patrimônio histórico do país. Ela destacou que a destruição destes sítios, que são “um legado do país às gerações futuras, não tem outro objetivo a não ser o aprofundamento do ódio e do desespero”. Segundo a ONU, os combates na Síria, iniciados em março de 2011, já mataram pelo menos 100 mil pessoas.