Brasília – A média das exportações brasileiras cresceu 13% nos sete dias úteis de abril, até a última quinta-feira (09), em relação ao volume medido em igual período no mês anterior.
Os produtos da pauta de exportação que mais contribuíram para o resultado foram o açúcar, a celulose, o óleo de soja, o ferro fundido, o minério de ferro, o petróleo, carnes de frango e suína, o farelo de soja e o café em grão.
O comércio continua negativo, porém, em relação a produtos manufaturados (etanol, motores e geradores, polímeros plásticos, automóveis, bombas e compressores, dentre outros), que caíram 4,8% na comparação com a média diária do mês passado. Esse segmento de mercado está com baixo desempenho no mundo todo, desde outubro de 2008, período a partir do qual a crise se aprofundou.
Já a média diária das importações neste mês caiu 9% comparado a março. O Brasil comprou menos aeronaves e peças, combustíveis e lubrificantes, cereais e produtos de moagem, produtos farmacêuticos e siderúrgicos, além de automóveis e partes automotivas. A redução foi maior ainda, de 29,2%, em relação à média de abril do ano passado.
Números divulgados ontem (13) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as exportações somaram US$ 4,245 bilhões nas duas primeiras semanas de abril, com média diária de US$ 606,4 milhões – a melhor média das vendas no ano.
No mesmo período, as importações somaram US$ 2,908 bilhões, com média diária de US$ 415,4 milhões – a média mais baixa de compras externas no ano.
Com isso, o fosso entre exportações e importações tem aumentado gradativamente, a ponto de os analistas de mercado, ouvidos todas as sextas-feiras em pesquisa do Banco Central, terem elevado a projeção de saldo comercial (diferença entre exportações e importações) para 2009.
Os números do boletim Focus, divulgado ontem pelo BC, mostram que a expectativa de saldo aumentou de US$ 13 bilhões para US$ 15 bilhões nas quatro últimas semanas.
Caso esse quadro se mantenha, com as exportações melhores que as importações, o economista Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, acredita que “isso pode atenuar os efeitos negativos da crise financeira internacional do balanço de pagamentos do país”.