Marina Sarruf
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São Paulo – Ontem (21), no primeiro dia de rodadas de negócios entre cerca de 60 empresas brasileiras e a missão de 16 empresários sauditas, na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, já foram fechados acordos e realizados contatos que devem render negócios no curto prazo. Um exemplo é da Vitrolar, fábrica de portas e janelas de aço, que vai embarcar um contêiner com 98 portas para Arábia Saudita em 30 dias.
"O empresário saudita se encantou com as portas", disse o gerente de exportação da empresa de Mirassol, interior de São Paulo, Everton Luis Pereira. O preço médio de cada porta é de US$ 160 e o peso varia entre 50 quilos e 70 quilos. As primeiras unidades que serão embarcadas são do tamanho padrão, 2,15 metros de altura, 80 centímetros de largura e 14 centímetros de batente. No entanto, o gerente-geral da importadora saudita Bo Saad Group, Fahad Saad Bo Saad Al-Jumiah, quer no futuro portas mais altas e largas. "Vamos adaptar o produto para ele", disse Pereira.
A Vitrolar produz 550 unidades, entre portas, janelas e vitrôs, por dia e tem capacidade para dobrar sua produção. Com 120 funcionários, a empresa começou a prospectar o mercado externo este ano.
O mesmo importador saudita também gostou dos móveis brasileiros. De acordo com a representante comercial de fabricas brasileiras, Maria Luiza Paganini Okamoto, da empresa Bridge, Al-Jumiah quer visitar duas empresas, uma de Minas Gerais e outra do Rio Grande do Sul. "Meu primeiro encontro já foi super positivo", disse Maria Luiza.
Outra empresa brasileira que fez contatos promissores foi a Itatiaia, fabricante de móveis, de Minas Gerais. Segundo o agente de exportação para o mercado árabe, Christian Barbosa, um dos contatos realizado na rodada de negócio foi muito positivo. "Vai dar negócio", afirmou. A empresa mineira começou a prospectar o mercado árabe este ano e já está presente na Argélia, Líbia, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
Já o diretor da empresa Horizonte, fabricante de energéticos e outros produtos feitos a base de ervas brasileiras, Fernando Pereira Caldas, trouxe dois produtos diferentes para mostrar aos sauditas. O energético Bad Boy e uma bebida feita com guaraná, catuaba e outras plantas. "Uma das empresas sauditas já demonstrou interesse em importar algumas amostras do energético", disse. Segundo Caldas, são produzidos 5 milhões de unidades ao ano do energético.
Escritório
Um dos empresários sauditas, Khaled A Al-Hamdan, diretor geral da Saudi Pan Gulf, importadora e exportadora de produtos de aço, alimentos, material para soldagem e dutos, tem interesse em abrir um escritório comercial no Brasil. "O escritório seria uma ponte entre Brasil e Arábia Saudita", disse Al-Hamdan. A empresa já importa carne bovina e de frango do Brasil e aço, em menor quantidade.
Os produtos alimentícios são importados principalmente da Índia, Paquistão, Taiwan, Cingapura, Brasil e Argentina. Já o aço vem da Coréia, China e Europa. Cerca de 15% das importações vão para os países do Golfo Árabe.
Equipamentos
De acordo com o gerente-geral da empresa saudita Adis International, importador e fabricante de equipamentos médicos, Abdul Rahman Abdul Aziz Al-Hudaif, seu interesse no mercado brasileiro são as novidades em móveis hospitalares e equipamentos médicos. A empresa importa de US$ 3 milhões a US$ 4 milhões ao ano em produtos médico-hospitalares e distribui no país e para o Sudão.
Já o empresário Mohamed Hasan Sharaf Al-Hady, da distribuidora de máquinas agrícolas Al-Sharafia Trading, o seu principal interesse é levar para a Arábia Saudita uma marca brasileira de tratores, escavadeiras e outras máquinas. "No futuro, essa empresa brasileira pode começar a produzir na Arábia Saudita", disse Alhadi.
De acordo com o chefe da delegação saudita, Ahmed S. Al Romaih, o primeiro dia das rodadas de negócios foi muito positivo. "Conversei com cerca de 10 empresas e duas foram muito positivas", disse ele, que também é importador e tem interesse em geradores elétricos, material de construção e produtos eletrônicos. "Eu espero que até o final da viagem sejam fechado negócios", completou.
Pela manhã, Al Romaih falou durante a abertura das atividades da delegação no Brasil, em um seminário na Câmara Árabe, e disse que o comércio do Brasil com a Arábia Saudita pode chegar a US$ 10 bilhões em quatro anos. Participaram do seminário também o presidente da Câmara Árabe, Antonio Sarkis Jr., o secretário-geral da entidade, Michel Alaby, e o encarregado de negócios da embaixada saudita em Brasília, Abdullah Alowaiffer. Hoje (23) pela manhã ainda seguem as rodadas de negócio na Câmara Árabe.
Serviço
Rodada de negócios
Data: Terça-feira (22)
Horário: Das 10h às 16h
Local: Espaço Câmara Árabe
Endereço: Avenida Paulista, 326, 11° andar Bela Vista – São Paulo – SP
Telefone: (11) 3283-4066