São Paulo – Se os padrões atuais de desmatamento seguirem nos próximos anos serão perdidos 849 milhões de hectares de terras com áreas verdes até 2050, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançado nesta sexta-feira (24) em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial.
De acordo com o relatório, chamado “Avaliação Global do Uso da Terra: Equilíbrio do Consumo com o Fornecimento Sustentável”, a necessidade de alimentos para a população, que está em crescimento no mundo, acabou levando a agricultura a ocupar 30% das terras do mundo, o que acabou resultando em degradação e perda da biodiversidade em várias áreas.
“Como a terra é um recurso limitado, precisamos nos tornar mais eficientes na forma de produzir e consumir. As recomendações do relatório alertam líderes e contribuem para as discussões sobre o uso sustentável de recursos, incluindo novas metas para o desenvolvimento sustentável pós-2015”, afirmou o subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, no lançamento do documento.
O relatório aponta a necessidade de equilibrar o consumo com a produção sustentável de alimentos. Ele oferece métodos para que os países saibam se estão em níveis de consumo sustentáveis e sugere políticas que podem ser adotadas para chegar a esse equilíbrio. De acordo com o estudo, crescimento da demanda por alimentos nos países em desenvolvimento e aumento da procura por biocombustíveis impactam o uso da terra.
Segundo o Pnuma, a degradação de partes das terras já utilizadas também faz com que os produtores procurem novas áreas, aumentando ainda mais o desmatamento. Assim, com a demanda pela terra crescendo, o preço dela e dos seus derivados também tendem a aumentar, com consequências negativas para a segurança alimentar.