São Paulo – O Oriente Médio registrou participação de 22% nas exportações da indústria brasileira de carnes Minerva no acumulado de doze meses até junho, de acordo com informações divulgadas pela empresa na segunda-feira (14) e comentadas em conferência com investidores nesta terça-feira (15). A região respondeu por 21% das vendas externas da companhia nos doze meses anteriores. A Minerva tem capital do fundo saudita Salic.
Em seu relatório de resultados, o frigorífico afirmou que no Oriente Médio, apenas a Arábia Saudita apresentou crescimento de 150% nas compras no período. A empresa destacou também as importações realizadas por Emirados Árabes Unidos e Catar.
A África, outra região do mundo onde estão países árabes, porém, teve recuo na participação das exportações da Minerva, de 16% entre julho de 2015 e junho de 2016 para 10% de julho do ano passado a junho deste ano. De acordo com a companhia, o Egito fez compras menores em função da desvalorização cambial. A Minerva ressalta, porém, que a partir do segundo trimestre deste ano já houve sinais de recuperação e o país voltou a ser o principal destino da exportação na região.
Em conferência com investidores, o presidente da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, afirmou que a melhora nas vendas para o Egito também tem relação com as dificuldades de fornecimento da Índia. Segundo ele, isso abre mercado para a América do Sul como um todo não apenas no Norte da África, mas também em outras regiões como no Sudeste Asiático. No primeiro semestre deste ano, o governo indiano proibiu a comercialização de gado para abate no país.
No mercado externo como um todo, as vendas da Minerva recuaram nos últimos doze meses até junho em 12,7% para R$ 6,2 bilhões, mas no segundo trimestre deste ano elas avançaram 6,5% sobre iguais meses de 2016 e somaram R$ 1,6 bilhão. O mercado internacional respondeu por 60,6% da receita no período. Sobre o primeiro trimestre deste ano, o crescimento na exportação foi ainda maior, 20,5%, indicando recuperação.
De abril a junho, a receita bruta da Minerva subiu 17%, para R$ 2,7 bilhões, um recorde histórico para um trimestre. No acumulado de doze meses até junho também houve crescimento, de 2,5%, para uma receita de R$ 10,4 bilhões. Os executivos da companhia atribuíram o avanço tanto ao desempenho no mercado interno como externo. Para julho deste ano a junho de 2018, a empresa prevê receita entre R$ 13 bilhões a R$ 14,4 bilhões.
Em julho deste ano, a Minerva conclui a compra da JBS Mercosul, que pertencia ao grupo JBS. Com isso a companhia passou a ter 11 plantas no Brasil, seis no Paraguai, cinco na Argentina, três no Uruguai e uma na Colômbia. Juntas elas significam capacidade de abate de 26.380 cabeças de gado ao dia, 50% maior do que anteriormente.