São Paulo – O relatório anual sobre os empregos na Palestina elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que houve avanços na criação de vagas em 2011. No ano passado, 21% da população palestina estava desempregada, o que equivale a aproximadamente 222 mil pessoas. Um ano antes, a taxa de desemprego era maior e atingia 23,7% da população economicamente ativa da região. De acordo com o estudo, divulgado nesta segunda-feira (4), a queda na taxa de desemprego foi de 4,1% em um ano.
Também de acordo com o levantamento, os territórios palestinos continuaram a apresentar em 2011 uma tendência de crescimento econômico já registrada nos anos anteriores. Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) da Palestina cresceu 10,7%. Ele foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento do PIB da Faixa de Gaza, que atingiu 26,6% no período.
Mesmo com esses avanços, a situação dos trabalhadores na região ainda é precária, segundo a OIT, sobretudo quando se avalia as perspectivas para os "futuros empregos". De acordo com o levantamento, no ano passado 53,5% das mulheres e 32,2% dos homens com idades entre 15 e 24 anos estavam desempregados. O relatório afirma que essa taxa de desemprego é preocupante porque 71% dos palestinos têm menos de 30 anos.
Em nota, a OIT afirmou que o desemprego é elevado na Palestina por causa, principalmente, da ocupação de Israel. "Isto é particularmente verdadeiro na chamada ‘Área C’ na Cisjordânia, que é parte essencial de um futuro estado Palestino. Esta área cobre 60% da extensão territorial da Cisjordânia, mas continua sob controle israelense, sendo aos palestinos negado acesso seu meio de subsistência e a seus pares", afirmou o relatório.
No relatório, o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, defendeu que o desenvolvimento e a "lógica" da paz na região devem seguir um planejamento de longo prazo dos interesses econômicos, trabalhistas e de segurança de todos os trabalhadores nos territórios ocupados e em Israel. O relatório ainda sugere que sejam fortalecidas instituições e políticas de criação de emprego, diálogo social, igualdade de gênero, segurança social e rendimentos justos de acordo com o trabalho oferecido.