Alexandre Rocha
São Paulo – Durante reunião com 49 embaixadores brasileiros que atuam no exterior e o chanceler Celso Amorim, realizada na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o encontro de cúpula dos chefes de estado árabes e sul-americanos, que vai ocorrer no Brasil em maio, será um "marco histórico".
Segundo uma fonte que acompanhou a reunião no Palácio do Planalto, o presidente "jogou peso" na cúpula e pediu o empenho da diplomacia brasileira em sua realização. A iniciativa de organizar o encontro foi do próprio chefe de estado brasileiro.
Lula, de acordo com a mesma fonte, destacou que o evento vai inaugurar uma nova etapa no relacionamento com os árabes e espera que ele promova a aproximação política entre os dois blocos, mas sobretudo o crescimento das relações econômicas e comerciais.
Para o presidente, o encontro inédito vai representar uma oportunidade para o Brasil e os demais países da América do Sul apresentarem seu potencial. Lula disse, no entanto, que o comércio é uma via de mão dupla. Ou seja, é preciso promover as exportações, mas também as importações.
Na reunião da semana passada o presidente falou sobre as principais iniciativas de política externa de seu governo e as relações com os árabes foram um dos temas centrais, passado pouco mais de um ano da viagem que Lula fez à região em dezembro de 2003, a primeira de um chefe de estado brasileiro desde que o imperador Dom Pedro II esteve no Egito, no Líbano, na Palestina e na Síria na década de 1870.
Segundo informações da Agência Brasil, ao falar com os embaixadores, o ministro Celso Amorim acrescentou que o aumento do comércio do Brasil com os países árabes poderá ser o grande desafio da política externa do país e, nesse sentido, pediu empenho dos diplomatas para atingir este fim.