Rio de Janeiro – O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta terça-feira (15) que a empresa sairá muito mais madura e fortalecida do processo de crise. Segundo ele, dentro de quatro anos a estatal "será menor do que já foi, mas com certeza muito mais rentável e melhor do que é hoje e com maior capacidade operacional". Bendine, que participou de um café da manhã de confraternização com jornalistas, garantiu que o programa de desinvestimento adotado este ano foi muito mais um processo de estruturação. Assegurou que, no próximo ano, ele ocorrerá com maior intensidade e velocidade.
“Posso garantir que esse desinvestimento virá no próximo ano em uma velocidade muito maior do que se imagina. Não temos dúvidas de que cumpriremos o valor planejado porque as condições estão dadas, as negociações em andamento e as perspectivas são grandes.” De acordo com Aldemir Bendine, neste ano a empresa conseguiu surpreender o mercado e obter “um feliz retorno” na transferência de parte das ações da Gaspetro para o capital privado. Segundo ele, a Petrobras obteve retorno "muito acima do esperado e sem transferência do controle da subsidiária”.
Conforme o executivo, apesar de todas as adversidades do mercado, principalmente em decorrência da queda do preço do barril de petróleo no mercado externo, hoje o caixa permite à empresa enfrentar essas adversidades com extrema tranquilidade. “A sinalização positiva do mercado nos permitiu antecipar as captações possíveis. Isso nos propiciou captações de linhas [de crédito] mais atrativas, possibilitando o refinanciamento da dívida da empresa. Mesmo com todo o cenário adverso, conseguimos abater a dívida da empresa em dólar em aproximadamente 5%. Portanto, a dívida líquida caiu.”
Bendine afirmou ainda que, em 2016, a estatal contará com um caixa robusto para enfrentar compromissos e problemas mais desafiadores. “O Plano de Negócios [2016-2020] mais atualizado e maduro que apresentaremos no início do ano fará frente à nova realidade do mercado. À medida que concretizarmos as iniciativas de desinvestimento, veremos que o cenário da Petrobras será muito mais positivo”, acrescentou.
Segundo ele, a companhia mostrou que tem capacidade de trabalhar em um cenário adverso. “Era inimaginável que a empresa chegasse a ser obrigada a trabalhar com o petróleo a US$ 40 o barril, depois de o preço da commodity ter fechado julho do ano passado na casa dos US$ 114. Estamos superando, mesmo em um cenário de incertezas econômicas”, concluiu.