São Paulo – A qualidade de ativos e liquidez do sistema financeiro no Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) pode se deteriorar em um ambiente de baixa de preços do petróleo. A informação consta em um relatório divulgado nesta quarta-feira (16) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que também diz que a evolução econômica e financeira das economias da região andam entrelaçadas com os movimentos do preço do petróleo.
O GCC é formado por Arábia Saudita, Emirados, Catar, Kuwait, Bahrein e Omã. Segundo FMI, as economias dos países do bloco são altamente dependentes das exportações do petróleo e gás. Uma retomada dos preços das commodities significaria maiores receitas com petróleo, posições fiscais e externas mais fortes e aumento de gastos públicos. Isso, por sua vez, faria crescer a rentabilidade das empresas, os preços das ações e fortaleceria o balanço dos bancos.
Apesar de alertar sobre os efeitos do preço baixo do petróleo sobre o sistema financeiro local, o organismo ressalta que os bancos locais estão bem capitalizados, são rentáveis, têm liquidez e bom posicionamento atualmente para gerir os riscos sistêmicos estruturais , ou seja, os efeitos de uma forte crise ou colapso no mercado. Mas o FMI sugere a adoção de políticas macroprudenciais anticíclicas para reduzir o acúmulo de riscos. Na prática, essas políticas são ações governamentais para impedir e minimizar os efeitos da flutuação da atividade econômica.
De acordo com dados divulgados pelo FMI, as exportações de hidrocarbonetos do Golfo representaram 70% de todas as vendas externas de bens e serviços da região entre os anos de 2011 e 2014. A dependência fiscal das receitas procedentes setor nas economias locais foi ainda maior, de 80% do faturamento total no período. A instituição afirma que apesar dos esforços dos países por diversificação econômica, a dependência das receitas do setor de petróleo não diminuiu.