Valor corresponde ao prejuízo anual da economia palestina pela falta de acesso ao uso de 61% do solo da Cisjordânia, aponta estudo do Banco Mundial. Liberação aumentaria empregos e reduziria déficit fiscal.
São Paulo – A falta de acesso dos palestinos a 61% das terras da Cisjordânia gera perdas anuais de US$ 3,4 bilhões à economia da Palestina, já que a maior parte do solo é agriculturável ou rico em recursos naturais, aponta estudo do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (08).
Chamada de Área C, estas terras formam uma faixa contínua que conecta 227 áreas menores e altamente habitadas. “As áreas urbanas densamente populosas na Cisjordânia geralmente chamam mais atenção, mas liberar o potencial desta ‘área restrita’, cujo acesso está atualmente controlado por inúmeras restrições, e permitir aos palestinos trabalharem com estes recursos abriria atividades econômicas inteiramente novas e colocaria a economia no caminho de um crescimento sustentável”, destacou Mariam Sherman, diretora do Bird para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em nota divulgada pela instituição.
De acordo com o estudo, a utilização da Área C para atividades econômicas teria um alto impacto no desenvolvimento de negócios relacionados à agricultura, à exploração de minérios no Mar Vermelho, extração e mineração de rochas, construção, turismo e telecomunicações. Outros setores, aponta o banco, também seriam beneficiados pelas melhorias na qualidade e nos custos de infraestrutura e pelo aumento da demanda de bens e serviços.
O Banco Mundial lembra que, segundo os acordos de Oslo, de 1993, a Área C deveria ter sido transferida gradualmente para a Palestina até 1998, transferência que nunca aconteceu.
O Bird aponta ainda que a Palestina precisa de um crescimento anual de 6% para absorver novos trabalhadores e reduzir a alta taxa de desemprego entre os jovens, razão pela qual o país precisa encontrar novos modos de crescimento e criação de vagas.
“A economia palestina, que atualmente se baseia no consumo em cima de doações e sofre de uma estagnação corrente no setor privado, é insustentável”, destaca o relatório. Se fossem permitidos o desenvolvimento de negócios e da agricultura na Área C, isto acrescentaria 35% ao PIB palestino.
O aumento da atividade econômica da Palestina também melhoraria a posição fiscal do país. O Banco Mundial estima que as receitas do governo aumentariam em US$ 800 milhões, o que reduziria o déficit fiscal pela metade, levando à diminuição da necessidade de doações e também das taxas de desemprego e pobreza.
“O acesso Área C levará um longo tempo para resolver os problemas da Palestina”, afirmou Sherman. “Não há alternativa. Sem a possibilidade de usar o potencial da Área C, o espaço econômico continuará fragmentado e estagnado. Suspender as múltiplas restrições poderia transformar a economia e aumentar as perspectivas de um crescimento sustentável”, completou a executiva.
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