São Paulo – Os sírios já são a principal nacionalidade de refugiados no Brasil. Atualmente, eles somam 1.524 pessoas em situação de refúgio no País, número que representa cerca de 20% do total de 7.289 refugiados.
Os dados fazem parte de um relatório divulgado nesta terça-feira (18) em coletiva de imprensa concedida por Andrés Ramirez, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, e por Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
Depois dos sírios, as maiores comunidades de refugiados no Brasil são formadas por pessoas da Colômbia (1.218), Angola (1.067) e República Democrática do Congo (784). No total, o País abriga refugiados de 81 nacionalidades.
Entre 2012 e 2013, o número de refugiados no País aumentou de 4.689 para 5.256, um crescimento de 12,9%. Já entre 2013 e outubro deste ano, a quantidade de refugiados no Brasil cresceu 36,6%, chegando ao número atual de 7.289.
O número de pedidos de refúgio também cresceu, passando de 5,8 mil solicitações em 2013 para 8,3 mil em 2014. Do total de solicitações de refugio feitas ao Brasil este ano, 1.075 foram de sírios.
“O caso dos sírios pode ser explicado pela postura solidária do Brasil com as vítimas do conflito naquele país, inclusive por meio da aprovação da Resolução Normativa nº 17 do Conare. Tal resolução facilita a entrada no Brasil de quem queira solicitar refúgio em decorrência do conflito sírio, por meio da emissão de um visto de turista válido por 90 dias”, explica o relatório.
Todas as solicitações de refúgio apresentadas no Brasil são analisadas e decididas pelo Conare, que é composto por representantes dos ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, da Educação, do Trabalho e da Saúde, além de representantes da Polícia Federal e de organizações da sociedade civil que trabalham com o tema dos refugiados.
O relatório informa que, em 2014, o Conare reconheceu solicitações de refúgio de 18 países diferentes, como Síria, Líbano e Mali, entre outros. “Desde 2013, praticamente 100% das solicitações apresentadas por nacionais da Síria foram reconhecidas”, afirma o documento.
O estudo menciona ainda pessoas de outros países árabes que também receberam o status de refugiados no País. “Entre os refugiados reconhecidos pelo Brasil, os sírios representam o maior grupo, com 20% do total. Em seguida estão os refugiados da Colômbia, de Angola e da República Democrática do Congo. Outras populações relevantes são os refugiados do Líbano, Libéria, Palestina, Iraque, Bolívia e Serra Leoa”, informa.
De acordo com o documento, atualizado até outubro deste ano, o Brasil tem 391 refugiados do Líbano, 263 da Palestina e 229 do Iraque.