Alexandre Rocha
São Paulo – Nos próximos meses os professores e pesquisadores árabes e sul-americanos vão dispor de uma nova ferramenta para trocar informações: o site da Biblioteca/Centro de Pesquisas América do Sul-Países Árabes. Ele deve entrar no ar até o início de julho e será editado pelo brasileiro Paulo Farah, professor de língua, literatura e cultura árabe da Universidade de São Paulo (USP).
"A idéia é promover a cooperação cultural, oferecendo um espaço para o debate acadêmico entre os árabes e os sul-americanos", disse Farah, que é também diretor do Centro de Estudos Árabes da USP.
O site terá seu conteúdo publicado em três idiomas (português, espanhol e árabe) e vai contar com seções de poesias, fotografias, artigos, divulgação de eventos acadêmicos e uma área para troca de informações entre pesquisadores. O foco principal dos trabalhos serão as ciências humanas, áreas como biblioteconomia, antropologia, história, literatura, lingüística e geografia.
A criação do site é uma das iniciativas na área cultural decorrentes da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), realizada em maio do ano passado em Brasília. Outra medida na mesma seara que em breve deve ser colocada em prática é a publicação da revista Sikr, que significa "pensamento" em árabe.
A publicação, que deve ser lançada entre o final deste ano e o início do próximo, vai trazer estudos, ensaios e artigos de autores árabes e sul-americanos. Também editada por Farah, ela terá a maior parte de seu conteúdo publicada em português, árabe e espanhol. Mas diferentemente do site, vai contar com algum material em inglês e francês. A idéia é que sua periodicidade seja semestral.
Iniciativas como estas têm o apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que recentemente assinou com o Itamaraty um acordo de trabalho conjunto em atividades que dêem continuidade às decisões tomadas na Cúpula de Brasília.
O site e a revista se inserem num trabalho mais amplo de cooperação cultural, que envolve a criação, em Argel, de uma biblioteca física para abrigar obras árabes e sul-americanas e a tradução de obras de referência das duas regiões.
Segundo Farah, pesquisadores de vários países árabes e sul-americanos vêm participando deste intercâmbio. No Brasil, além dele, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo Gabriel Hilu, participa da coordenação dos trabalhos.
Farah, de 34 anos, começou a trabalhar na formulação de políticas de aproximação cultural entre as duas regiões em 2004, a convite do Itamaraty. Neto de avós sírios e libaneses, ele é mestre em lingüística e doutor em teoria literária.
Sugestões e mais informações
Paulo Farah
E-mail: paulof@usp.br