São Paulo – O governo do recém criado Sudão do Sul quer ver o que o Brasil tem para oferecer em termos de cooperação bilateral. A vontade foi manifestada na última semana pelo vice-presidente do jovem país, Riek Machar, ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, durante encontro em Nova York, segundo informações do Itamaraty. O Sudão do Sul foi reconhecido como 193º membro das Nações Unidas na quinta-feira (14), após a separação formal de seu vizinho do norte no sábado (09).
Em entrevista à Rádio ONU, Patriota disse que uma delegação do mais novo país do mundo virá ao Brasil discutir cooperação. De acordo com o Itamaraty, a data da visita, os integrantes da delegação, as áreas em que há interesse de intercâmbio ainda não foram definidas, mas já se sabe que há grande demanda dos sudaneses do sul por know-how no setor agrícola, no qual o Brasil tem larga experiência.
A missão, segundo o Ministério das Relações Exteriores, é o que se chama, no jargão diplomático, de "fact finding mission", ou "missão de prospecção". A ideia é que uma delegação do país interessado venha ao Brasil para conhecer melhor as oportunidades de cooperação. O Brasil já tem bastante atuação nessa área, pois promove ações de intercâmbio com diversos países, inclusive muitos da África.
A independência do Sudão do Sul foi definida em janeiro em referendo popular. A consulta decorreu de acordo de paz, firmado em 2005, que pôs fim a décadas de conflito civil entre o norte e o sul.
No norte já há atuação brasileira na área agrícola. O grupo brasileiro Pinesso, por exemplo, cultiva commodities como soja e algodão no país. Além disso, a indústria Dedini, do interior de São Paulo, forneceu o material para a construção de uma usina de etanol da companhia sudanesa Kenana.