Da redação
São Paulo – Os visitantes estrangeiros que visitaram o Brasil em 2005 geraram um faturamento recorde para o setor de turismo. De acordo com informações divulgadas ontem (19) pelo Banco Central, os turistas estrangeiros gastaram US$ 3,861 bilhões no país, um aumento de 19,83% em comparação com os US$ 3,222 bilhões registrados em 2004.
Os gastos dos turistas brasileiros no exterior, porém, também aumentou, para US$ 4,72 bilhões, o que gerou um déficit de US$ 859 bilhões nas contas do setor em 2005. Em dezembro somente, os visitantes deixaram US$ 360 milhões no Brasil, enquanto que os brasileiros gastaram US$ 397 milhões lá fora. Para chegar a estes números, o BC utiliza as informações das trocas cambiais oficiais e dos gastos com cartão de crédito internacional.
O aquecimento do setor pode ser verificado também no fluxo de passageiros em vôos internacionais. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), os desembarques internacionais chegaram a 6.784.554 em 2005, um aumento de 10,53% em relação a 2004 e também um recorde histórico. Em dezembro somente, foram registrados 586.138 desembarques em vôos internacionais.
Para o presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex), Juan Quirós, citado em matéria do site do Ministério do Turismo, o crescimento do fluxo de turistas ajuda a impulsionar as exportações brasileiras, na medida em que os visitantes estrangeiros passam a conhecer os produtos nacionais e os divulgam em seus respectivos países.
Segundo o diretor de estudos e pesquisas do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), José Francisco de Salles Lopes, também citado pelo site do ministério, o aquecimento do setor no Brasil é resultado das ações coordenadas entre os governos federal e estaduais e a iniciativa privada. "A variedade da oferta turística brasileira cresceu muito e passou a interessar viajantes do mundo todo, em especial os europeus", disse Lopes, de acordo com a página do ministério na internet.
O déficit registrado na balança do setor foi apontado pelo diretor do departamento econômico do BC, Altamir Lopes, também citado pelo site, como resultado do aumento da renda real no Brasil e da valorização da moeda brasileira em relação ao dólar, que favorecem as viagens internacionais.