São Paulo – Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) estão entre os que mais gastam dinheiro com educação no mundo. Segundo um levantamento da editora britânica Pearson divulgado nesta sexta-feira (16), este gasto não é destinado apenas à construção de escolas e à administração do sistema educacional, mas à implantação do uso da tecnologia em sala de aula.
De acordo com a Pearson, os gastos dos países do GCC com educação cresceram “drasticamente” nos últimos dez anos. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, colocaram em prática em 2010 um projeto de “salas de aula sem papel”, pelo qual o conteúdo das disciplinas é passado aos alunos por meios digitais. O projeto compreende os 295 mil estudantes de escolas públicas dos Emirados.
O Catar também tem um projeto de “e-learning”. O Conselho Superior de Educação do Catar prevê que até o fim do próximo ano cada aluno tenha um aparelho para armazenar o conteúdo das disciplinas e para estudar. Segundo a Pearson, os gastos com educação no país dobraram nos últimos cinco anos e deverão chegar a US$ 6 bilhões em 2013. A Arábia Saudita, país mais populoso da região, também está investindo no aperfeiçoamento da educação. Segundo a editora britânica, os gastos no setor somarão US$ 54 bilhões neste ano.
Tecnologia e educação
Nem todos estes investimentos são feitos em meios digitais e nem deveriam, segundo o estudo “Alive in the Swamp” (“Viva no Pântano”). O documento define o “pântano” como uma “explosão” de oportunidades digitais que ainda precisam ser descobertas e refinadas para ser bem utilizadas na educação.
A pesquisa foi elaborada pela diretora executiva da Pearson, Katelyn Donnely, e pelo professor da Universidade de Toronto em Reformas Educacionais, Michael Fullan, para mostrar que o uso da tecnologia na educação pode aperfeiçoar o ensino e deve ser inserido em um projeto de reforma do sistema de educação. Mas este recurso sozinho não substitui o professor nem as avaliações.
Outro desafio que ainda é encontrado no desenvolvimento de tecnologia para sala de aula é a quantidade de escolas que a empregam e a necessidade que elas têm de agregar meios digitais ao ensino tradicional.
“Se consideramos as inovações digitais, o ramo atualmente se caracteriza por uma pedagogia fraca e não desenvolvida ou avançada tecnologia e pedagogia restritas a um pequeno número de escolas. Os melhores exemplos (do bom uso entre tecnologia e pedagogia) tendem a ser exceções de pequena escala que não são representativas do corpo principal de escolas. Adicionalmente, há em geral, falta de uma evidência de grande eficácia que demonstre o impacto das inovações digitais ao aprendizado estudantil”, afirma o documento.