Da redação
São Paulo – A balança comercial brasileira voltou a bater uma série de recordes em julho. Segundo dados divulgados ontem (01) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações renderam mais US$ 11 bilhões no mês e o saldo comercial, que é a diferença entre o valor dos embarques e das importações, foi favorável ao Brasil em mais de US$ 5 bilhões. Ambos os números são recordes mensais históricos.
Apesar da valorização do real frente ao dólar, o que supostamente torna mais caros os produtos brasileiros no exterior, as exportações continuam a crescer em ritmo forte. O valor dos embarques aumentou em 23%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já o superávit cresceu em 44,5%. As importações, por sua vez, somaram mais de US$ 6 bilhões, com um crescimento de 9,5% sobre julho do ano passado. O valor é recorde para meses de julho.
No acumulado do ano, as exportações renderam US$ 64,7 bilhões, um aumento de 23,8% em relação aos primeiros sete meses do ano passado. As importações somaram mais de US$ 40 bilhões, um crescimento de 18,4% em comparação com janeiro a julho do ano passado. O saldo comercial, portanto, ficou favorável ao Brasil em 24,7 bilhões e a corrente comercial somou US$ 104,7 bilhões. Todos os valores são recordes para o período.
Nos últimos 12 meses, as exportações renderam quase US$ 109 bilhões e as importações somaram US$ 86,3 bilhões.
Produtos
Com relação aos produtos exportados em julho, os básicos responderam por US$ 3,8 bilhões, também um recorde histórico, com destaque para o petróleo bruto, que representou US$ 850 milhões. Também tiveram participação importante as carnes, o café, o minério de ferros e o fumo em folhas.
O manufaturados, por sua vez, responderam por US$ 5,6 bilhões, sendo que os destaques neste item foram a gasolina, óleos combustíveis, chassis de veículos com motor, aparelhos transmissores e receptores, máquinas e aparelhos para terraplanagem, açúcar refinado, automóveis, autopeças e tratores. Já os embarques de semimanufaturados renderam US$ 1,4 bilhão, com participação forte do ferro fundido, açúcar em bruto, ferro-ligas e couros e peles.
Nos primeiros sete meses do ano, os manufaturados responderam por US$ 35,6 bilhões, os básicos por US$ 18,6 bilhões e os semimanufaturados por US$ 9,2 bilhões. A participação dos produtos manufaturados na pauta cresceu de 53,1% para 55%.
Mercados
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, houve aumento dos embarques para todas as regiões com as quais o Brasil mantém relações comerciais. Para o Oriente Médio, por exemplo, as exportações renderam US$ 400 milhões, um aumento de 30,7% em comparação com os US$ 306 milhões registrados em julho de 2004. Para a África, os embarques somaram US$ 584 milhões, contra US$ 411 milhões no mesmo mês do ano passado, um crescimento de 42%.
No período de janeiro a julho, as vendas para a África cresceram 43,3% para US$ 3,2 bilhões. Para o Oriente Médio, os embarques renderam US$ 2,2 bilhões, ou 9,4% a mais.