São Paulo – O Brasil encerrou o ano de 2018 com recorde no trabalho informal, chegando a 11,2 milhões de empregados sem carteira de trabalho. Este foi o maior contingente da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando a pesquisa foi implantada, em 2012, o movimento era de queda dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, até 2015, quando houve reversão da tendência.
A taxa média de desocupação no País, que mede o desemprego, caiu de 12,7% em 2017 para 12,3% em 2018. A desocupação medida no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2018 foi de 11,6%. O número é 0,3% menor do que o trimestre de julho a setembro de 2018, quando a taxa foi de 11,9%. Já no comparativo com o mesmo trimestre de 2017 (11,8%) a diferença foi de -0,2%.
“Esses números refletem uma tendência que vínhamos observando, do aumento da informalidade se opondo à queda na desocupação”, explicou em nota o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. “A taxa anual de desocupação, de 12,3%, mesmo sendo um pouco menor que a de 2017, está muito acima do ponto mais baixo da série, de 6,8% em 2014”, afirmou.
Outro indicador em destaque é a população subutilizada na força de trabalho, que inclui pessoas desocupadas e subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. Esse grupo chegou a 27,4 milhões em 2018, o maior valor da série. “Embora tenha havido redução no contingente de desocupados, nas demais medidas que compõem o indicador – subocupação, força potencial de trabalho e desalento – o quadro é de aumento, com os três indicadores no ponto mais alto da série histórica”, pontuou Azeredo. O termo “desalento” é aplicado a trabalhadores que acreditam que não vão ter oportunidade e já desistiram de procurar emprego.
De acordo com o IBGE, o aumento da informalidade influenciou, em parte, o crescimento nas atividades de serviços domésticos, comércio, alimentação, transporte e outros serviços.